O mundo está em fase de mudanças: no clima, na geografia e, principalmente, nas pessoas. As atitudes de cada habitante vão mudar o futuro do planeta – e todos esperamos que seja para melhor. As decisões que tomamos no dia-a-dia é que fazem a diferença. E como consumidores devemos apoiar as coisas que são feitas de maneira certa.
Nessa linha de raciocínio, o casal Ricardo e Rossana Pedroso, criou, em 2001, a Projeto Terra. “A loja é fruto da indignação. Não adianta só reclamar, achar que está tudo errado e não fazer nada. Nós decidimos fazer e, na época, diziam que éramos loucos”.
O Projeto Terra é uma loja de comercio solidário, a primeira no Brasil, e que introduziu esse conceito. “Somos uma empresa com fins lucrativos, mas que decidiu só vender produtos de projetos com geração de renda, projetos de inclusão social e ecológicos”, define Ricardo.
A primeira loja foi aberta no Shopping Villa-Lobos e tinha 15 fornecedores. Hoje, na Vila Madalena, tem cadastrados 320 grupos de todo o Brasil, de cada Estado, com pouco mais de quatro mil itens. Quem pensa que a loja é uma “lojinha” de artesanato, está bem enganado. Ricardo explica: “De fato as coisas são feitas artesanalmente, mas não vendemos só artesanatos. Temos produtos de design, feitos com interferência de artistas plásticos, designers. E feitos com materiais ecologicamente corretos, sempre apoiando projetos sociais”.
É certo que existiam inúmeras cooperativas, associações, instituições filantrópicas fazendo produtos legais e sem ter como vender. “Nós demos visibilidade a eles”, afirma Ricardo.
São luminárias feitas com fibra de bananeira (de Minas Gerais), bolsas de lã de carneiro (do Rio Grande do Sul), mantas de algodão colorido puro (da Paraíba), bordados feitos à mão (do Vale do Jequitinhonha – MG), acolchoados (do Distrito Federal), objetos feitos de capim dourado (do Tocantins), marchetaria com cipó (de São Paulo) e muitos outro itens que enchem os olhos.
Ricardo acrescenta que “a questão solidária é um plus. Se a pessoa entra aqui com a intenção de ajudar e não compra nada, vai se sentir culpada e não volta mais. Quero que elas voltem porque aqui é bonito, os produtos são bonitos e elas podem ajudar”.
“O público da Vila Madalena é diferente e abraçou o projeto de forma correta”, diz . As pessoas se preocupam com a questão conceitual e entendem corretamente a proposta.