Para curtir os desfiles

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Kelly monteiro

É Carnaval e mais uma vez as escolas de samba Pérola Negra e Tom Maior prometem arrasar no Anhembi. Com enredos bastante distintos, porém que se complementam, as escolas de samba desfilam no dia 17 de fevereiro, às 22h30 e à 1h05, respectivamente.
Distante do Grupo Especial há cinco anos, o enredo da Pérola Negra “Venda como arte, comércio como sua principal representação” pretende valorizar o “dom da venda” e também denunciar o caráter negativo que a prática assumiu com o passar do tempo. O carnavalesco Jorge de Freitas preferiu apresentar o enredo fazendo um retorno no tempo. A trajetória da Pérola na avenida parte da época do surgimento do comércio e do dinheiro. O primeiro setor traz os comerciantes do mediterrâneo: os fenícios. “Eles foram os grandes comerciantes do antigo mundo mediterrâneo. Destacavam-se pelo comércio marítimo e pela habilidade como artesãos”.
O segundo setor da escola resgata a aventura dos portugueses rumo às especiarias orientais e tupiniquins: a busca e venda de produtos brasileiros na Europa – com destaque para o pau-brasil – fortaleceram o comércio brasileiro e serão contadas pela Pérola. No terceiro setor, intitulado “Tô vendendo, vai comprar”, a Pérola fala sobre o comércio do bem e o do mal. “Vamos mostrar um lado triste do comércio, que é o de prostituição, drogas, contrabando, armas, pirataria e até a venda de um pedacinho no céu”, explica o carnavalesco. Segundo ele, também será um momento para refletir sobre o comércio que virou o Carnaval.
Também irão desfilar no Anhembi comércios que representam a principal marca do bairro de origem da Pérola Negra: a Vila Madalena. Os bares Salve Jorge e Jacaré Grill darão o tom do agito noturno do bairro na avenida.
O objetivo maior da escola de samba é mostrar que o comércio globalizado faz com que as pessoas entendam que as transações comerciais foram feitas e são necessárias para o desenvolvimento de qualquer nação, resta, porém, fazê-las com dignidade, respeito e retidão, pois, a venda é uma arte e o comércio a sua principal representação.
Sobre trabalho
“Com licença, eu vou à luta” é o enredo da Tom Maior para o Carnaval 2007. A escola pretende mostrar como a Revolução Industrial afetou o trabalhador ao longo do tempo. Absorvidos, de forma paralisante, pelas engrenagens do progresso, o homem tornou-se uma máquina, que trabalha em ritmo alienador, estressante e incessante. Durante o desfile, a Tom Maior vai mostrar a origem da escravidão humana e a passagem para o trabalho assalariado, que não significou a garantia de direitos e nem a inclusão na sociedade. “Trabalha-se horas e horas, a altas temperaturas, em ambientes hostis e insalubres, onde nem ao menos é permitido beber água. Exploram-se mulheres e crianças”, descreve Marco Aurélio Ruffinn, carnavalesco da escola, que faz uma alegoria deste novo mundo governado pela máquina.
A Tom Maior mostra ainda o nascimento do movimento operário, uma luta universal por melhores condições de trabalho, escolhendo o dia 1º de maio como marco desta luta. Os trabalhadores ocuparam um importante espaço social e renovaram a luta para democratizar as relações do trabalho, contra todo tipo de discriminação racial, igualdade no tratamento e na remuneração entre homens e mulheres. Alcançaram também uma representação efetiva e participativa nas questões nacionais.
Uma das surpresas do desfile da Tom Maior será o carro alegórico chamado “Tempos Modernos”, inspirado no clássico filme de Charles Chaplin. Em outro carro alegórico da escola, dois monstros simbolizarão o capitalismo, fazendo referência à exploração do trabalhador.
Agora é só aguardar para ver os que mais está sendo preparado pelas escolas de samba. Aprenda os sambas enredo e caia na folia!

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