Fiel nas alturas

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Segunda-feira, 1° de outubro, fui despertado pela minha vizinha Anne, a pessoa mais querida de cães e gatos de todo o planeta, pois tem dezenas deles em casa, para dizer-me que os meus, apenas dois cachorros, Whisky e Tequila, haviam fugido.
Levantei-me de pronto, pois tinha a preocupação de resgatá-los. Ao chegarem percebi que Tequila tinha uma porção de espinhos amarelos no focinho, fincados lá por um ouriço em desespero. Puxa! Vocês dirão: “O Penna está bichólogo demais hoje”. Reconheço que tenho sido menos nessa coluna do que de fato sou. Mas, na semana de São Francisco de Assis, o santo dos animais, me dou essa liberdade.
Retomando a acidentada, tive que recorrer a uma clinica veterinária para tirar, numa pequena cirurgia, todos os dolorosos espinhos. E assim perdi minha manhã, justo as horas que tenho para fazer a programação da semana.
E, desde aí, jamais consegui organizar a minha agenda. Patrícia me advertiu sobre o texto do Guia da Vila. E tome aeroporto, táxi, reuniões, etc., quando finalmente entra a secretária e diz: “O senhor tem algumas horas para escrever sua crônica”. Pensei em dizer ao Bira que não teria condições. Mas confesso que é um momento de grande prazer para mim e não devo abrir mão. Penso na turma caprichando esse número da revista: Pedro Costa, Ana, Kelly… Penso nos meus amigos da Vila para ler: Bartô, Mineiro, Vicente e Mãozinha (parece a defesa do Leão do Morro).
“Isso é traição! Ele trocou a gente por Brasília!”. Bradarão em voz alta. Porém, a 11 mil metros de altitude, e com a velocidade de 830 km/h desse avião, digo que sou fiel, franciscano e tudo mais, e estarei com todos no Design na Brasa, um evento de ecodesign, nos dias 27 e 28 deste mês, no Beco do Gilberto Dimenstein.

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