Fazendo histórias

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Quem nunca se encantou com as histórias em quadrinhos, ou simplesmente HQ’s? Turma da Mônica, Disney, Super-Homem, Mafalda, Calvin… São muitos os personagens que se tornaram ídolos de gerações e que foram “crescendo” com o passar do tempo e nas histórias dos gibis. Descobrir esse mundo de fantasia e, mais do que isso, aprender a criar esses personagens e histórias é a proposta da Oficina HQ, criada por Bárbara Tércia, e que será realizada na Vila Madalena.
Baiana, formada em Desenho Industrial com habilitação em Programação Visual pela Faculdade de Belas Artes, Bárbara está há cinco anos em São Paulo. Sua paixão pelas histórias em quadrinhos começou quando ainda era estudante da Universidade Federal da Bahia. “A idéia era montar um núcleo de produção de HQ’s”, conta. Mas descobriu que o mercado dos quadrinhos era mais forte na capital paulista. Depois de trabalhar como freelancer, prestando serviço para institutos e fundações como a Odebrecht; para o Liceu de Artes da Bahia, órgãos do governo e para a Unicef, a cartunista veio conhecer os estúdios da Maurício de Sousa Produções e do Senninha. E resolveu ficar.
Já estabelecida na Vila, bairro cuja paixão foi a primeira vista, Bárbara montou a Oficina HQ, que acontecerá no Espaço Coringa. “Não é um curso de desenho. A estrutura é diferente. Qualquer pessoa pode criar uma história em quadrinhos, mesmo que não saiba desenhar. Ela sai da oficina com o projeto pronto e a duração da oficina depende do que ela vai fazer”, diz.
Um dos itens mais importantes antes de começar a desenvolver a história, segundo Bárbara, é definir o perfil do personagem. “O adolescente, geralmente, cria um personagem com base em si mesmo, mostrando aquilo que ele julga ter de melhor ou mostrando o seu lado que mais o incomoda. Só depois de traçar esse perfil é que é possível escrever a história”. Outra parte importante da oficina é que o aluno aprenderá a contar uma história e a escrever um roteiro. “A oficina é para crianças, adolescentes e adultos, entretanto, é preciso que saiba ler e escrever”.
Uma das personagens criadas por Bárbara é a adolescente Luisa, “uma adolescente contemporânea e totalmente romântica”. Ela conta que Luisa acorda para se apaixonar e se apaixona por qualquer pessoa, seja homem, mulher, novo ou velho. “Ela é bem engraçada. Levei essa personagem para vários lugares e, talvez, pela sexualidade dela, nas grandes mídias tenha chocado um pouco. Isso foi há cinco anos atrás, quando a Globo ainda não tinha colocado tantas questões sobre sexualidade no ar”, lembra.
Além de Luisa, tem uma nova personagem nascendo e que tem a ver com a Vila Madalena: Lena. Segundo Bárbara, há uma forte identificação entre ela e sua mais nova criação. Lena terá, nos quadrinhos, uma vida muito parecida com a de Bárbara, pois ambas vivem e fazem de tudo na Vila Madalena. “A Lena vai levantar algumas questões sobre a Vila e vou procurar passar um pouco dessa necessidade que as pessoas que moram na capital têm de proximidade. Isso será um desafio”.
É esperar para se aventurar com as histórias de Lena. Enquanto isso, que tal participar da Oficina HQ? As inscrições já estão abertas. Aproveite!

Mundo curioso

De onde vem a palavra ‘gibi’? O termo significa ‘moleque’, ‘garoto’. Em 1939, foi lançada uma revista em quadrinho chamada Gibi e o nome generalizou-se de tal forma que abrange hoje qualquer revista em quadrinho e ganhou espaço no dicionário.

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