Fantasias populares

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Em algum momento atrás, aterrorizou o nosso imaginário a figura do chupa-cabra. Eram evidências da sua presença em corpos de animais, em aparições para alguns iniciados, enfim, rastros incisivos sem, no entanto, haver qualquer comprovação da sua existência. Outros mais esclarecidos me informam que esses eventos são cíclicos na inspiração popular. Que sempre desaparecem e voltam, obedecendo a uma agenda imprevisível.
É verdade. Vai e vem, reaparecem no céu de todo o País os discos voadores. Fotos nas principais revistas e jornais, entrevistas definitivas sobre o assunto e, como do nada, desaparecem voltando todos à dura realidade das nossas vidas. A pobreza de sempre. A violência de sempre. Claro, mais intransponível.
Esse movimento entre a ficção e a realidade parece uma necessidade do ser humano. Há um arquivo na memória coletiva, que embora faça retornar esse ou aquele disquete de tempos em tempos, trabalha pequenas variações para dar uma idéia de remodelação ao mesmo fenômeno.
Estamos saindo das eleições, que é sempre um mix entre o mundo real e a imaginação. Até ai tudo normal. Os jornais noticiam o decréscimo do PT e do PFL. O crescimento sem, contudo, fazer os cinco milhões de votos do PV, cláusula de barreira, isso ou aquilo. E a ficção aonde está? Ora, na eleição do Maluf. Mas o cronista me disse que esses fenômenos voltam sempre diferenciados, comentário de um leitor atento. Mas você não viu que dessa vez ele voltou com Clodovil. Caramba! Haja fantasia popular.

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