A Vila Madalena é um reduto de artistas e intelectuais. Existem vários espaços onde é possível ter contato com as obras que produzem, mas poucos ondes eles mesmos podem trocar experiências, aprimorarem o conhecimento e desenvolverem novos projetos. Neste sentido, Contraponto é um lugar que propõe experiências de interlocução, exploração e elaboração de uma cultura em construção. Por essa razão, workshop, work in progress, chantier, atelier, oficina, ensaio, etc, são as palavras chaves da proposta deste espaço que funciona há um ano na Vila Madalena.
Segundo seu idealizador e artista plástico, Sérgio Fingermann, trata-se de um projeto familiar concretizado com a esposa psicanalista e os filhos adolescentes, ligados ao teatro. Ao lado da esposa sempre organizaram palestras para dar densidade à formação de seus alunos em seu ateliê. Com o tempo sentiu a demanda do público crescer.
Para Sérgio, Contraponto é uma oportunidade e um momento que almeja que as experiências produzam de tempos em tempo o passageiro, o efêmero, travessias. “Estamos preocupados com uma intersecção diferente entre o público e o privado. Portanto, nos esforçamos para inserir nossas propostas de experiências na pólis e colocá-las ao alcance de quem se dispõe a se comprometer com elas”.
Espaço vazio
O artista ressalta que Contraponto não é um lugar de agito nem de multidão; não se trata de uma escola ou galeria e sim um espaço vazio que acolhe experiências e onde acontece reflexões em cima da prática. “Essas experiências são múltiplas e sustentam a idéia de polifonia, de superposição de diversas linhas melódicas. Elas focalizam mais precisamente três potencialidades poéticas do humano: imagem, palavra e corpo. Numa tentativa de instersecção e exploração das fronteiras, cada uma dessas dimensões será eventualmente articulada com as outras, embora mantendo a especividade e o rigor de seu próprio domínio”, explica, finalizando que as atividades voltam a acontecer este mês no Contraponto.