Do táxi para os palcos

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Em abril do ano passado, o Guia da Vila Madalena mostrou a história de Luis Carlos Tokunaga, um policial que virou taxista e foi ‘descoberto’ como ator numa corrida que fez com a produtora de teatro Cristiane Zuan Esteves. A peça “Chácara Paraíso – Mostra de Arte Polícia” ficou em cartaz por duas semanas no Sesc da Avenida Paulista, em 2007. Os diretores, o suíço Stefan Kaegi e a argentina Lola Arias, levaram a peça para várias encenações na Europa, em Portugal e na Alemanha.
Em Lisboa as apresentações fizeram parte do Alkantara Festival 2008. Esse festival apresenta peças de teatro, dança e outras artes performáticas. ‘Al kantara’ significa ‘a ponte’ em árabe e Alcântara é o bairro onde se situa a ponte sobre o rio Tejo em Lisboa, daí a brincadeira com o nome. Luis diz que “o público lotou o teatro todas as noites, foi maravilhoso. Por ser a mesma língua, pra gente foi mais fácil. Depois eles vinham fazer perguntas. Percebi que eles gostaram muito”. A divulgação do festival e da peça foi maciça: saiu em todos os jornais, revistas, e até num programa de televisão. “Foram dez dias de aplausos, que me arrepio até agora”, revela Luis.
A viagem para a Alemanha é contada por ele: “Fomos para Berlim. Encenamos em português e havia um intérprete ao lado de cada ator o tempo todo, porque cada um fica em uma sala. Minha intérprete se emocionou muito, até chorou com as perguntas que foram feitas”, diz. A peça fez parte de um festival de teatro na cidade.
Este ano ele segue para Viena (Áustria) e Madri (Espanha). No Brasil, a peça deverá ser encenada em Belo Horizonte, Rio, Curitiba e São Paulo.
A equipe – dez atores daqui de São Paulo e mais quatro pessoas da produção – embarcou em maio e no dia 22, primeira apresentação em Portugal, Luis comemorou seu aniversário de 40 anos.

A peça
O nome é uma referência ao maior centro de formação de soldados da Polícia Militar da América Latina, que fica em Pirituba. Os atores são pessoas da vida real, que fazem ou fizeram parte da polícia, e contam o que vivem aqui, o que fazem, no caso de Luis que é taxista, ele fala do trânsito, das dificuldades de se locomover de uma região para outra e as dificuldades que o país enfrenta. As narrativas misturam realidade e ficção.

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