De Natal e bichos

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Quando ouço a palavra Natal, não me vêm à cabeça árvores com neve européia e papais Noéis suando horrores em veludo vermelho nos shoppings apinhados de consumidores. O que me ocorre é a imagem de Maria e José ao lado de um bebê, deitado na manjedoura, com os animais de que mais se servem os homens a rodeá-lo, aquecendo e hospedando aquela família fugitiva de um Herodes assassino de crianças. Bem-vindas as exposições de presépios que ainda resguardam a motivação primeira da festa do Natal! Daí que associar Natal a bichos e a menos favorecidos nada tem de estranho. Porém os primeiros não falam (à nossa maneira) e os segundos pouco são ouvidos. São “tipos” expulsos do clube dos consumidores. Mas alguns lembram de incluí-los no direito à vida e ao bem-estar, seja Natal ou não.
O grupo Bicho no Parque dá aos que verdadeiramente sentem compaixão pelos animais abandonados uma oportunidade dupla: ajudar animais carentes e brindar os amigos no Natal de um jeito que chamo de BBB (boa, bonita e barata): um calendário de mesa com 26 fotos de gatinhos (os top-models são autênticos) em 26 páginas, o mico, que tem um custo individual mensal de R$ 65,00 para o Projeto, e você participa contribuindo mensalmente com qualquer quantia acima de R$ 10,00 para a Associação Mucky de Proteção aos Primatas”. A sua contribuição pode ser feita depositando a “mesada” do afilhado no Bradesco, agência 0627-0, conta/corrente 57.633-6. Ou no Banco Itaú, agência 0796, conta/corrente 60.400-7.
Outro livro acaba de ser lançado. Desta feita pela veterinária Sheila Waligora. A obra “Eu falo, tu falas… Eles falam” trata da comunicação entre espécies. Sheila defende a tese, no livro e em muitas palestras, de que é possível compreender a linguagem dos animais e nos comunicarmos com eles. Outra boa sugestão de presente, que pode ser adquirido na Livraria da Vila Casa do Saber, rua Dr. Mario Ferraz, 414, Itaim Bibi, telefone 3073.0513.
Os animais continuam sendo vítimas da insensibilidade humana. A luta do Movimento da Proteção Animal continua dura, promete ser longa. Mas quando ativistas chineses começam a protestar em Pequim contra as atrocidades cometidas contra os cães daquele país e Ralph Lauren renuncia ao uso de peles de animais em suas coleções, alguma coisa está se movendo. Para melhor.
Que 2007 traga mais progresso humano e humanitário. O planeta e as outras espécies agradecerão. À sua maneira.

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