Cesinha da Vila Madá

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“Meu nome de batismo é José Anfrísio dos Santos, mas sou conhecido como Cesinha da Vila Madá. Nasci no dia 14 de outubro de 1954, na cidade de Iepê, estado de São Paulo. Cheguei na capital direto para a Vila Madalena, em 1970, quando estava quase chegando a Copa do Mundo. Aqui fui muito bem acolhido. É onde vivo até hoje – já rodei bastante na Vila: morei nas ruas Patizal, Mourato Coelho, Original e hoje, na rua Delfina.
Meu primeiro trabalho em SãoPaulo foi no Rei das Batidas, ali perto da USP, restaurante freqüentado pela “alta” na época, por cantores e jogadores de futebol. Como não sabia fazer nada, só mexer na enxada, comecei lavando copos, servindo as pessoas. Acabei ganhando meu apelido lá porque me achavam parecido com um jogador do Palmeiras, chamado César. Lembro que, com essa brincadeira, até inventaram o drink “César, o imperador da batida”. Anos se passaram, e assim ficou, até hoje. Sou conhecido como César, Cesinha. E vou morrer assim.
De lá para cá, já fiz um bocado de coisas. Trabalhei como auxiliar administrativo, vendedor de panelas, funcionário do Jóquei Clube e há 21 anos trabalho na Companhia de Engenharia de Tráfego, atualmente como Supervisor de Sinalização Horizontal. Há alguns anos, abri uma pequena loja de conveniência na rua Delfina, chamada Comércio de Doces Marilyn, administrada pela minha esposa, Marisa, e pelos meus filhos Raphael e Carolina.

Mural da fama

Aconteceu uma história engraçada na nossa loja. Temos um quadro de fotos das personalidades que aparecem por lá. Um dia, apareceu o Sebastian, aquele ator e dançarino que faz as propagandas da C&A já há muito tempo. Todo mundo conhece porque ele está há anos no ar! Quem me apresentou a ele foi o Bola, que é um cliente e colega também. Aliás, recebemos na loja não só clientes; os colegas são sempre bem-vindos. Nós não temos fins lucrativos no nosso comércio. Mas, voltando ao Sebastian, ele chegou na loja, nós começamos a bater um papo. Ele pediu uma cervejinha… De repente, ele deu uma olhadinha e viu o quadro com fotos de alguns artistas e modelos que vão à lojinha. E falou: “Vamos tirar uma foto!”. Eu disse: “Opa, vamos tirar não! É primeira vez que você chega aqui e já quer tirar foto?”. “Mas eu não sou famoso?!”, perguntou. Ao que respondi: “Sei que você é famoso, mas na primeira vez já quer tirar foto? Sinto muito, mas hoje não dá para tirar foto, não. Quando você retornar aqui, a gente tira uma foto”. Passaram-se uns 13 ou 14 dias e ele retornou. “E aí, já podemos tirar a foto?”. No final das contas, disse a ele que já que estava virando cliente, amigo da gente, poderíamos tirar a tal foto. Colocamos a imagem dele no quadro. Evidentemente que esta foto não pôde ficar mais do que três meses lá, senão o pessoal enjoa. É por isso que a cada 90 dias nós fazemos uma renovação de fotos.”

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