Acessibilidade chega à Vila

0
1090

Investimentos da Prefeitura, por meio de projetos coordenados pela Secretaria das Subprefeituras (SMSP) em parceria com a Secretaria da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida (SMPED), integram pessoas com deficiência à sociedade e facilitam o dia-a-dia delas com intervenções em prédios públicos e em milhares de calçadas espalhadas pela Capital.
A Vila Madalena está prestes a entrar para mapa da acessibilidade paulistana a partir de um projeto, em fase final de aprovação, que reconfigura totalmente a paisagem urbana das Ruas Wisard e Aspicuelta.
Ao percorrer essa região em companhia da reportagem do Guia, a vereadora Mara Gabrilli, que de janeiro de 2005 a fevereiro de 2007 comandou os trabalhos da SMPED (pasta criada no início da gestão José Serra), confirmou que a proposta de parceria entre Prefeitura e iniciativa privada foi colocada oficialmente para análise da Comissão de Proteção à Paisagem Urbana (CPPU), responsável por definir as exceções à Lei Cidade Limpa. “Do começo ao fim dessas ruas paralelas, e ao longo de todas as suas transversais o projeto trará ao núcleo do bairro um novo e belo cenário”, afirma Mara. “A idéia é ressaltar as características da Vila Madalena com bairro boêmio e cultural por meio de grafismos e mensagens distribuídas nas calçadas e equipamentos públicos, que contam um pouco de sua história. Tudo dentro dos conceitos de acessibilidade definidos pela Prefeitura e que hoje têm força de lei”, acrescenta a vereadora.
Essa nova configuração da Wisard e Aspicuelta será possível graças a uma lei de autoria da própria Mara (Lei Gabrilli) permitindo a intervenção da Prefeitura em passeios públicos em qualquer lugar da cidade.
No projeto estão previstas várias intervenções, repaginando as duas ruas nos moldes do paisagismo adotado com sucesso na região da Rua Oscar Freire (Jardins). As calçadas serão mais largas e ganharão bancos de madeira. Os fios serão aterrados e novas árvores plantadas. Além disso, haverá investimentos por parte da CET, que, entre outras intervenções, irá alterar o fluxo viário na Aspicuelta e Wisard tornando-as mão única. O projeto pretende que a Aspicuelta só desça, sentido Rua Simão Álvares, e a Wisard suba, no sentido Rua Harmonia.

Bairros mais humanos

A transformação urbana de um trecho importante da Vila Madalena é na opinião de Mara Gabrilli, mais uma grande oportunidade que São Paulo ganha para repensar a questão de uma cidade acessível para todos. Ela lembre, nesse sentindo, a importância da Secretaria da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida. “Fui secretária aceitando o convite do então prefeito de São Paulo, José Serra, – que teve a sensibilidade de criar um organismo executivo público para esse fim – com uma missão audaz, que é melhorar, efetivamente, a qualidade de vida dos paulistanos que têm deficiência ou mobilidade reduzida”.
Algumas pessoas criticaram a criação da nova pasta pois pensaram que esta seria a Secretaria das rampas. “Não somos e não queremos ser os promotores apenas da transformação física. Afinal, a mudança tem de começar pela cultura das pessoas. É muito mais fácil, a partir do entendimento comum de que é preciso tornar os ambientes acessíveis, transformar a cidade. O que não é possível, é impor uma transformação que não esteja calcada no entendimento, na cultura comum”, afirma a ex-titular da SMPED. “Na Câmara tenho trabalhado para tornar lei, projetos que alinhavamos na Secretaria”, acrescenta Mara
Na visão da vereadora, mudar a cidade será uma proposta real quando todos pensarem na acessibilidade com a mesma naturalidade em que pensam construir suas casas ou lojas com quatro paredes e um teto. “São Paulo será uma cidade para todos quando o respeito pela diversidade humana estiver arraigado em sua cultura. Porque, construir um universo de rampas, sem que todos saibam e entendam para que servem é um trabalho inócuo”.

Diálogo com comerciantes

No Brasil, 14,5% da população têm alguma deficiência. Na cidade de São Paulo, esse número chega a 3 milhões de pessoas – se incluirmos as que têm mobilidade reduzida (idosos e obesos). “Ou seja, é um universo de cidadãos que ainda hoje vivem à margem da sociedade porque não podem cumprir um dos direitos inalienáveis do ser humano: o de ir e vir. Mas, devagarzinho, estamos mudando isso. Existem hoje, em São Paulo e no Brasil, leis que obrigam estabelecimentos comerciais a serem acessíveis a esse público. Mas não estamos impondo essa mudança. Queremos transformar de verdade”, afirma Mara.
Durante as visitas que faz aos bairros, Mara conversa pessoalmente com os comerciantes, pedindo aos lojistas que se preocupassem com o tema. “Tivemos boa receptividade da maioria dos comerciantes, mas de alguns não. Há aqueles que acreditam que fazer uma reforma na sua loja é dispendioso e que essa mudança não vale a pena. A pergunta é: o que não vale a pena? Respeitar o outro? Ter preocupação com a diversidade, levando em conta que amanhã você pode ter alguma deficiência e, se isso não acontecer, com certeza idosos todos ficaremos? Ou, simplesmente, que é igualmente dispendioso se adaptar para receber esses 3 milhões de consumidores?”
Mara Gabrilli entende que chegar perto do problema e verificar como ele funciona é o caminho mais simples para encontrar a solução. Segundo a vereadora a recente reforma das calçadas da Avenida Paulista – projeto que ela coordenou pessoalmente – serve de exemplo para a sociedade. “Os comerciantes foram sensibilizados e entenderam – na sua grande maioria – que a causa da pessoa com deficiência é mais do que respeitar as diferenças, as minorias. É respeitar o cidadão, seu consumidor. Espero que na Vila Madalena aconteça a mesma coisa. Ter respeito pelo outro é uma proposta possível”.

Para falar com Mara
Na luta por uma cidade acessível a todos, a vereadora Mara Gabrilli atende pessoalmente em seu gabinete na Câmara Municipal (Viaduto Jacareí, 100 – 4º andar – sala 422). O telefone do gabinete é 3396-4406. Os endereços eletrônicos são www.vereadoramaragabrilli.com.br (site) e maragabrilli@camara.sp. gov.br (e-mail).

SEM COMENTÁRIOS

DEIXE UMA RESPOSTA