A Vila vira documetário

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O projeto “Vila Madalena, uma história e seus autores”, da cineasta e jornalista Ana Luiza Rocha Miranda Penna, vai virar um documentário. Entre 243 projetos inscritos, 26 foram selecionados para relatar a história e a geografia humana de bairros como o Capão Redondo, Cidade Tiradentes, Freguesia do Ó, Jabaquara, Lapa, Mooca, Penha, Perus e a Vila, entre outros. O projeto História dos Bairros de São Paulo, realizado pela Secretaria Municipal de Cultura em parceria com a Secretaria Municipal de Educação, é inédito na cidade.
“A Vila Madalena será retratada somente durante o dia. É um documentário educacional para crianças do Ensino Fundamental que passará em 21 subprefeituras da cidade e depois será veiculado em tevê”, conta Ana Luiza, que dividirá o documentário em três partes. Na primeira, será mostrada a arquitetura da Vila, com depoimento de moradores antigos do bairro. A segunda parte será dedicada à Vila dos anos 1970, com toda a efervescência trazida pelos estudantes da USP, pelos artistas, artesãos, cineastas e produtores. A terceira parte, Ana diz ser dedicada aos jovens que fazem a Vila ser um bairro peculiar na capital paulista. “Mostraremos como a Vila se transformou nesse bairro legal que vemos hoje, com o Projeto Aprendiz, o Brincante, escolas de circo, entre outras entidades”.
Ana Luiza, 30 anos, já nasceu com a veia artística. Freqüentadora da Vila Madalena desde pequena, viu despertar a paixão pelo bairro com seu tio, José Luiz de França Penna, presidente do Centro Cultural da Vila Madalena e idealizador da Feira da Vila, e com o pai, Hermano Penna, um dos primeiros cineastas a terem uma produtora no bairro. “Tudo, para mim, é Vila Madalena até hoje. Apesar de morar no Butantã, faço tudo aqui. Morei e estudei aqui. Tive a idéia de trabalhar o bairro, que vi ser transformado”.
Ana diz ainda que o documentário vai abordar o lado “crítico” da Vila, ou seja, por ser educativo, será preciso lembrar de situações que fazem parte do cotidiano do bairro, como o contingente de pessoas que circulam atualmente pela Vila e a descaracterização das casas para a construção de edifícios, estacionamentos, etc. “Essa é uma parte que não é legal, mas que não foi pensada na época. Pensou-se numa Vila artística. A parte legal são os projetos existentes no bairro, os ateliês, até os bares. Mas o lado ruim é atrair muita gente e não ter como comportar tanta gente. O trânsito fica caótico, começa a ter assaltos… É um bairro que lida com todo tipo de gente”.
“Vila Madalena, uma história e seus autores” deve começar a ser gravado em maio. É esperar para conferir!

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