A arte com toque oriental

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Escola inaugurada em 2001, a Shunkun oferece cursos e técnicas de desenho comercial, aerógrafo, artes plásticas (básicos e avançados) e as artes japonesas do sumie (pintura japonesa com nanquim) e do shodo (caligrafia japonesa escrita com nanquim sobre papel).
Kaoru Ito, japonês de Nagasaki ensina desenho e pintura, e Tereza, sua esposa é a responsável pelas aulas de língua japonesa. O talento de Ito, como é mais conhecido, com o desenho e a pintura, o levou a conhecer boa parte do mundo, estudando e trabalhando. Ele é um dos sobreviventes da bomba atômica que em 9 de agosto de 1945 foi lançada pelos Estados Unidos causando a destruição da cidade e a morte de mais de 13 mil pessoas. Ito conseguiu sobreviver por estar relativamente longe do ponto onde a bomba foi lançada, mas lembra “que foi terrível aquele dia!”. Em algumas telas já retratou sua visão da guerra. Como budista, procura “aplicar na vida o bem que pratica ao outro”, afirma.

Aprendendo arte

Exigente na dose certa com seus alunos, iniciou seu aprendizado com a arte através de um tio que exigia muito dele. “Foi bom para mim” comenta ao relembrar o início. Aos dezesseis anos foi estudar artes em Roma, na Itália. E hoje, aos 70 anos, continua com a mesma dedicação com sua arte e com seus alunos. Para ele “a pintura não tem idade” e passa isso para os alunos, profissionais em busca de aprimorar sua técnica ou apenas pessoas interessadas em aprender a trabalhar com tela, por puro prazer pessoal.
Ito chegou ao Brasil em 1955 para passar uns meses e acabou ficando 23 anos, montou um estúdio de desenho, trabalhou para grandes agências de publicidade e ilustrou manuais de carros para a indústria automobilística. Esse tipo do desenho exige técnica e precisão em uma espécie de raio-x onde os detalhes da parte externa e da mecânica do veículo são exatas. Criou também, uma série de logomarcas, muitas delas ainda em uso, como a do Café do Ponto e Camargo Dias, por exemplo.
Amigo do também pintor japonês Manabu Mabe (1924-1997), Ito se diz admirador dos pintores Pablo Picasso (1881-1973) em sua fase inicial entre os estrangeiros, e de Cândido Portinari (1903-1962), entre os brasileiros.

Cultura nipônica

Em 1978 saiu do Brasil e viveu em diversos continentes e países até voltar ao País, exatos outros 23 anos depois e aqui está desde 2001. Nesse tempo, estudou a arte do sumie e do shodo no Japão. Em sua escola, ensina as técnicas principalmente para alunos interessados na cultura nipônica. Tem trabalhos expostos nos Estados Unidos, Espanha, França, Itália, Moçambique, Japão e Brasil. Para quem quiser conhecer mais sobre o trabalho dele, pode dar uma chegada até a galeria anexa à escola, aberta à visitação.

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