Novo subprefeito analisa região

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Antônio Marsiglia Netto, 68 anos, irá administrar a subprefeitura de Pinheiros durante a gestão do prefeito José Serra (PSDB). Esta subprefeitura engloba, além da região de Pinheiros, Alto de Pinheiros e Vila Madalena, o Itaim Bibi, a Vila Olímpia, o Jardim Paulista até a avenida Paulista, e tem como limite, do lado Oeste o rio Pinheiros, até a avenida Roque Petrone Júnior, que vai do rio Pinheiros até a avenida Santo Amaro. Depois, da Santo Amaro, até à Brigadeiro Luís Antônio, avenida Paulista, chegando até a ponte do Jaguaré.
Engenheiro, com 40 anos de experiência, Antônio trabalhou em empresas privadas, na área de metalurgia, principalmente em empresas de eletrodomésticos, autopeças e siderurgia, e no setor público começou atuando na Companhia de Gás de São Paulo, quando ainda era uma empresa municipal. Também atuou no Ministério da Agricultura, trabalhando no desenvolvimento de um projeto que visava a produção de álcool etanol a partir da madeira. A primeira usina foi implantada em Uberlândia, Minas Gerais.
O início da carreira política do engenheiro, entretanto, foi no governo Itamar Franco, no Ministério do Bem Estar Social, do qual Antônio foi secretário nacional de saneamento. Depois de trabalhar durante nove anos na Sabesp, em Pinheiros, assumiu o cargo de coordenador de saneamento na Secretaria de Energia, Recursos Hídricos e Saneamento.
Segundo Antônio, morador do Brooklin, a área da Subprefeitura de Pinheiros conta, hoje, com cerca de 300 mil habitantes: “É uma área, de certa forma, já consolidada, cujos grandes problemas ainda são manutenção e barulho”. E foi falando sobre estes problemas que esta entrevista começou.

Quando o senhor fala sobre o problema de manutenção dos bairros, a que se refere?
Manutenção diz respeito à pavimentação, aos buracos, à preservação do verde, das árvores desde a poda até o corte, quando a árvore pode provocar riscos de queda. Existe, nesta região, uma problemática de manutenção e de ordem, no sentido das pessoas e das atividades empresariais, mesmo aquelas pessoas que têm atividades que não são formais, como os ambulantes, etc., precisam estar de acordo com a regulamentação, de acordo com a lei. E quanto a isso também temos uma tarefa bastante importante.

Como não é do bairro, como o senhor vê a Vila Madalena?
A Vila Madalena tem um problema que está se agravando que são os bares noturnos, cujo funcionamento tem provocado muitas reclamações por causa do excesso de barulho. Então, nós também vamos verificar, iniciando um processo de fiscalização para ver se a atividade está regulamentada, se tem autorização e principalmente se os níveis de ruído, a ocupação das calçadas, etc., estão sendo feitas de forma irregular. E não vamos tolerar isso porque a população que mora na região tem direito à repouso digno e à saúde porque o barulho, inclusive, afeta a saúde das pessoas.

Esta será a questão mais trabalhada na Vila?
Não. Vamos trabalhar com afinco em todos os assuntos. A questão do barulho, como é um componente importante para a saúde pública, terá uma certa prioridade porque trata-se de preservar a saúde dos cidadãos que moram na região.

Quanto à estrutura do bairro, pavimentação das ruas, calçadas, por exemplo, o que será feito?
Evidentemente que gostaríamos de atuar para que o bairro fique em ordem, em termos de manutenção. As calçadas são de responsabilidade dos proprietários que têm as suas residências, os seus imóveis, na frente dessas calçadas. No caso das avenidas Rebouças e Cidade Jardim, estão dentro de um projeto que foi feito e que ainda não foi concluído. Mas tentaremos apressar os resultados através da Secretaria de Obras da Prefeitura e da Emurb, que são as responsáveis por essas duas obras, para que isso se regularize o mais rápido possível. É, inclusive, um anseio do prefeito José Serra. Ele quer ver as calçadas em ordem para que as pessoas não corram risco de cair e se machucarem. A calçada também tem um papel importante no que diz respeito à segurança e a preservação da integridade física das pessoas.

Esta é uma reivindicação dos deficientes físicos também, afinal eles são os que mais sofrem com as irregularidades e a falta de adaptação das calçadas…
O deficiente físico é um cidadão e precisamos fazer com que ele tenha toda condição de se locomover pela cidade e pela região. As guias precisam ser rebaixadas de modo adequado, para que, no caso da pessoa que use cadeira de rodas, ela possa se movimentar sem nenhum trauma ou risco.

Como a subprefeitura lida com a verticalização crescente?
A nova Lei de Zoneamento vai entrar em vigor e ela terá que, de certa forma, ser respeitada, no que diz respeito ao alvará de construção e etc.

Essa nova lei não vai alterar o que já existe, como transferir pontos comerciais de ruas determinadas como residenciais?
Eu não tenho ainda a informação, mas acredito que a Lei irá preservar aquilo que já existe. Uma das coisas que a Lei também procura fazer é estimular a construção vertical em algumas áreas, na avenida Águas Espraiadas. Mas, sinceramente, qualquer opinião minha a respeito seria muito prematura e infundada.

O trânsito na Vila é cada vez mais intenso e uma das principais causas do barulho, citado pelo senhor. O que pode ser feito para minimizar este problema?
O problema do barulho é mais amplo, não é só na Vila Madalena. Existe na Vila Olímpia, no Itaim e em outros pontos da região. Mas há uma concentração importante nessas três áreas que eu citei. Agora, quem cuida do trânsito é a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET). A única ação que nós temos em relação ao trânsito é a fiscalização dos vallets: as companhias ou empresas que fazem os estacionamentos dos bares. E não temos nenhuma delas ainda regularizadas. Para se ter uma idéia, de 136 que pediram autorização para funcionamento, quer dizer, para ter o Termo de Permissão de Uso (TPU), 99 já foram indeferidos porque não tem a menor condição de atuar nessa atividade. Apenas 21 foram encaminhadas para o CET para termos um parecer antes de aprovarmos a emissão do TPU. A população precisa tomar cuidado porque, como é uma atividade em que há empresas que não estão regularizadas, não existe nenhuma garantia, por parte deles, em relação aos clientes eventuais. Ninguém sabe onde eles estacionam os carros. Eles têm que ter um estacionamento apropriado, seguro contra roubo e contra danos que o automóvel possa sofrer durante a movimentação, e assim por diante. Além disso, tem o problema do trânsito local. Se essas condições não forem atendidas, não há como emitir o Termo. E não existe nenhuma aqui na região de Pinheiros, que é a região que provavelmente tem mais esse tipo de solicitação. As pessoas tem que ter cuidado, estacionar seus veículos em áreas regulamentadas.

Qual será a prioridade na sua gestão?
Dizemos que tudo é prioridade e nada é prioridade. No momento atual, a prioridade é colocar a cidade, no mínimo, um pouco em ordem. Recebemos uma cidade com a parte urbana cheia de buracos, com a grama não cortada, com problemas de queda de árvores, etc. Temos que reduzir o número de buracos nas avenidas e nas vias de maior circulação, eliminar todos os buracos para evitar não só danos aos automóveis, mas acidentes. Também tem um trabalho que está sendo coordenado pela Secretaria do Verde e do Meio Ambiente sobre as árvores que estão em condições de risco. Essa é uma prioridade que está sendo colocada, não só na região de Pinheiros, mas em toda São Paulo.

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