Investindo no setor editorial

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O mercado editorial brasileiro cresce pouco a pouco. Somente em 2003, editoras e livrarias movimentaram cerca de 3,3 bilhões de reais e produziram quase 300 milhões de exemplares, número significativo para um País onde há apenas 26 milhões de leitores ativos, ou seja, aqueles que leram ao menos um livro nos últimos três meses, o correspondente a 30% da população alfabetizada. Para estimular esse crescimento, a Câmara Brasileira do Livro (CBL), localizada em Pinheiros, tem como objetivo promover a difusão do livro e do hábito de leitura, além da indústria, do comércio e da produção editorial brasileira. Pontos que merecem destaque neste mês em que se comemora o Dia Internacional do Livro, 22 de novembro.
Segundo o vice-presidente da CBL, Marino Lobello, se a análise for feita pelo prisma da economia, o mercado do livro vem piorando nos últimos anos, entretanto, outros fatores, como o espaço na mídia e as bienais, demonstram que este mercado cresce e que os livros cada vez mais atraem o público. Ao contrário do que se imaginava, a internet se tornou uma grande aliada da venda de livros, porque através dela, muitas pessoas, principalmente as que moram no interior do Brasil, têm acesso a diversas livrarias, podendo comprar livros com facilidade. Ele lembra ainda que a internet não chegou para substituir os livros, afinal quem gosta de ler, geralmente não o faz na tela do computador. “É no mínimo desconfortável e se imprimir você terá um livro na forma mais horrorosa possível”.
Outro fator destacado por Marino é a chamada convergência de mídias. Toda vez em que vários meios de comunicação, como jornais, revistas, internet e televisão, falam sobre determinado assunto, significa que o potencial de mercado está aumentando. Isso se confirmou com o sucesso da última Bienal Internacional do Livro, realizada no primeiro semestre de 2004, e que teve um público de 800 mil pessoas aproximadamente. “É importante observar que, desse público, 200 mil foram crianças. Isso é maravilhoso porque, assim, se forma o leitor”, acrescenta o vice-presidente, lembrando que o Brasil é o sétimo mercado mundial de livros, o que pode ser comprovado com o crescente investimento de editoras estrangeiras.
Entre as ações realizadas pela CBL estão as feiras nacionais (Bienal) e internacionais. Estas, ajudam na formação de leitores e ampliam mercados. O Prêmio Jabuti, instituído em 1959, é o mais abrangente prêmio literário do Brasil e tem como intuito estimular a criação literária, mobilizando diversos profissionais do setor. Outra ação que ajuda na valorização do livro é o título “Amigo do Livro”, instituído pela CBL à personalidades que se destacaram realizando ações que valorizam o hábito de leitura e a difusão do livro.
A Câmara dispõe ainda da Escola do Livro, que promove cursos e seminários visando o aperfeiçoamento profissional nos diversos segmentos do mercado editorial e livreiro. “O nosso público são pessoas que já estão em atividade e querem se aperfeiçoar ou aquelas que querem entrar neste mercado”, explica Marino. Seguindo esse mesmo propósito, a CBL realiza o Encontro Nacional de Editores e Livreiros, cuja 32ª edição aconteceu em outubro, em Porto Algre (RS). Assuntos relacionados ao negócio editorial, tendências, perspectivas e desafios para os próximos anos foram debatidos durante o evento.
Vale registrar que, segundo pesquisa realizada pela própria CBL, a leitura de livros é apreciada apenas por 1/3 da população adulta alfabetizada, sendo que 61% desses brasileiros têm muito pouco ou nenhum contato com livros. A maioria dos compradores de livros, 58%, está nas regiões Sudeste e Sul. “Ainda estamos longe do ideal, mas de alguns anos para cá mudou sensivelmente a situação do livro no Brasil”, finaliza Marino.
Fonte: www.cbl.org.br

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