Fazendo arte pela cidade

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O cartunista e morador da Vila Madalena, Paulo Caruso, começa o 2005 com dois projetos especiais. Quem estiver se preparando para voltar às aulas, irá encontrar cadernos com ilustrações exclusivas criadas pelo cartunista e, para aprimorar ainda mais os conhecimentos sobre São Paulo, pode visitar, até 18 de fevereiro, a exposição de desenhos do artista no Espaço Cultural Conjunto Nacional, na avenida Paulista. Os cadernos fazem parte de um projeto da Tilibra em parceria com a Rede Voluntária de Combate ao Câncer do Hospital do Câncer de São Paulo. Os desenhos foram criados por Paulo especialmente para o Hospital do Câncer, que receberá parte do valor arrecado com a venda. Os cadernos estarão no varejo – lojas, papelarias, supermercados – com preço em torno de R$7,70, para os cadernos de 96 folhas, e R$ 13,50, para os de 200 folhas. O Hospital do Câncer é referência mundial em pesquisa, diagnóstico e tratamento do câncer e realiza mais de 400 mil atendimentos por ano (em 2003) para a população de todo o País. A Rede Voluntária de Combate ao Câncer é a entidade responsável pela captação de recursos para aplicação em equipamentos, instalações e pesquisa do Hospital do Câncer e desenvolve diversas ações em parceria com empresas e instituições com esse objetivo. Exposição E o cartunista não pára por aí. A partir do livro “São Paulo por Paulo Caruso – Uma visão bem humorada sobre esta cidade”, ele estruturou a exposição, uma colaboração para o aniversário da cidade, que aconteceu em 25 de janeiro. “Esses desenhos são um trabalho de caricaturista: um turista com os olhos de caricaturista na própria cidade”, comenta. Paulo diz ainda que este trabalho visa a reconquista da auto-estima do paulistano, “que é muito avariada pelas condições da grande cidade, como distribuição de renda, segurança, todas essas coisas que tornam São Paulo uma cidade muito má vista”. Ele buscou o outro lado, retratando pontos característicos da cidade, como o Sampaio Moreira, o primeiro edifício da cidade e o mais alto, Edifício Martinelli. “Sou arquiteto e esse trabalho me ajudou a recuperar este lado. Comecei a ver o que na época de estudante não enxergava, como as diferenças de estilos e como eles são impregnados, e os significados que os autores tendam dar em resposta para os problemas da cidade. E a gente nem se da conta disso”. O Conjunto Nacional também foi retratado por Paulo. Construído na década de 1950, é um marco na arquitetura da cidade pois foi o primeiro modelo de shopping center. “E funciona até hoje! Não tem a cara que todos os shoppings têm, o mall, um cubo gigante para não sei quantos milhões de pessoas circularem e ficarem lá dentro durante horas”, diz o cartunista, lembrando que cerca de 15 mil pessoas circulam pelo local todos os dias. Paulo Caruso também resgata a história de alguns personagens que colaboram com a cidade e hoje emprestam seus nomes à algumas ruas e praças. Entre eles, Joaquim Eugênio de Lima, uruguaio que, segundo Paulo, investiu na avenida Paulista e Benedito Calixto, que hoje denomina a praça mais badalada de Pinheiros, e conhecida pela tradicional feira de artesanato. “Recuperar e ligar esses pontos perdidos da nossa cultura faz parte de recriar a auto-estima do paulistano”, enfatiza o cartunista.

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