A arte da interpretação

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A procura pelos cursos de teatro cresce proporcionalmente ao número de escolas profissionalizantes na cidade de São Paulo. Atualmente, jovens e adultos almejam ingressar neste universo, nem sempre glamouroso, mas muito enriquecedor para qualquer indivíduo disposto a “experimentar” um dos ofícios mais antigos da humanidade: atuar.
Na contramão das grandes escolas e daquelas cuja filosofia é o comércio, Cristina Mutarelli, atriz, performer, escritora, diretora e artista plástica ensina a arte da interpretação, há 15 anos, em seu Studio, localizado na Vila Madalena desde 1997.”As pessoas tendem a mistificar os cursos profissionalizantes. Acredito que o ator se forma pelo exercício constante. Para obter o registro profissional de ator na Delegacia Regional do Trabalho, o DRT, não é preciso esperar três anos até concluir o curso. É possível prestar uma prova de capacitação no sindicato da categoria”, observa Cristina, que durante sua carreira teatral trabalhou com alguns dos mais notáveis diretores como Naum Alves de Souza, José Possi Neto, José Celso Martinez Corrêa, Flávio de Souza, Márcia Abujamra, Lígia Cortez, Lee Breuer entre outros.
Para ela, além da prática, ser orientado por um bom diretor é fundamental para a formação do ator. E ser um bom diretor consiste, inclusive, em dar liberdade para que o ator seja um criador no sentido mais amplo da palavra, afinal, com diz Cristina, “no teatro o ator pode ser qualquer pessoa. Cometer qualquer delito. Ser e fazer o que quiser. É o único território onde se é livre e não tem julgamento”.
Visivelmente apaixonada pelo teatro, Cristina não abre mão dela mesma ensinar seus alunos mesclando várias técnicas de interpretação (Stanislavski, Brecth e outros) sempre em busca de novas linguagens. “É uma oportunidade para eu mesma me exercitar, mas é importante o aluno se sentir acolhido”, comenta.
Por essa razão, as turmas são reduzidas e os cursos acontecem uma vez por semana no período noturno. Em março começam as aulas de “teatro para iniciantes”, “montagem teatral” e o curso teórico de filosofia: “o pensamento nômade na arte”. Segundo Cristina, o primeiro é destinado para quem pretende tomar contato com o teatro e descobrir suas técnicas a partir de jogos dramáticos, improvisações e exercícios vocais e corporais. No final do ano é montado uma peça de conclusão de curso. No “montagem teatral”, os alunos já têm uma certa experiência nos palcos e entram no curso com o propósito de montar um espetáculo em seis meses. “Às vezes precisamos parar e refletir sobre os motivos que nos levam a fazer e procurar a arte”, diz, deixando um pouco de lado o bom humor que já se tornou sua marca registrada. “A vida fica mais interessante com humor”, finaliza. As matrículas estão abertas.

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