Essa é a dura realidade, por mais sub literata que possa parecer a imagem, ainda não é Natal para mim. O primeiro a me falar do final do ano foi o Luiz Carlos Foz. Contava saboreando muito a vinda das filhas para as festas natalinas e eu achava aquela conversa toda um projeto de longo prazo.
Viajei por toda parte, adiei alguns compromissos e amadureci muitas decisões como a reforma da casinha do Centro Cultural, por exemplo, e tudo isso sem falar de que deveremos começar a filmagem do longa“Viva o Povo Brasileiro” de André Luiz Oliveira.Vocês hão de pensar: isso é uma agenda no mínimo de segundo semestre. Mas não. É simplesmente o que tenho que fazer ainda este ano.
Estive, por obrigações domésticas, num supermercado e fiquei completamente surpreso com a agressiva decoração natalina, expressa pelas montanhas de panetones, promoções de vinhos e champanhes e a imagem do Bom Velinho no rótulo de muitos produtos. Tive a reação de um consumidor perdido no túnel do tempo: quase que procuro o gerente para pedir satisfações por ter antecipado o Natal. Fui me queixar com Mineiro e ele me consolou, me perguntando delicadamente se eu já tinha escolhido o presente de Gabriela, sua filha e minha afilhada. Pensei comigo. Mas já? Parece inexorável.
E o carro que eu combinei com Alessandro que íamos pesquisar, pois a nossa frota de calhambeques não consegue mais chegar a lugar nenhum. Não posso deixar para comprar um carro no ano que vem. Vamos ter que apertar a Patrícia para ver se ela descobre algo na internet.
Sei que não devo ficar enchendo a cabeça de vocês com tantas coisas que eu ainda tenho que fazer este ano. O que devo fazer mesmo é me preparar para vencer essa dicotomia, entre a agenda de todos e a minha. Seguindo o conselho sábio de meu irmão Hermano: “Não adianta reclamar, se é Natal, vamos as castanhas”.
E faço das palavras dele, a minha mensagem para todos os leitores. Vamos às castanhas! Grito por todas as ruas e becos da Vila, pois o tempo que interessa não é o meu. FELIZ NATAL!!!
