Desde as mais furiosas hecatombes, como o tsunami, terremotos e tudo mais, que estamos vivendo o tempo da instabilidade geral. Quer no calor ou no frio, na chuva ou na estiagem, tudo pode acontecer nesses últimos dias. Ao cruzarmos com alguém na rua, o comentário primeiro é um só: ”Que virada de tempo, hein?”. De tanto ouvir isso recordei que São Paulo sempre foi conhecida como a cidade das quatro estações no mesmo dia, portanto não deveria ser novidade pra ninguém. E que fenômeno será esse então?
Chamei todas as entidades astrais para me socorrer e nada. A lógica do doutor sabe-tudo complicou mais ainda. Abro o jornal e leio amiúde notícias e entrelinhas sobre previsões climáticas, extrapolando até as discussões pertinentes ao aquecimento global, tratado de Kioto, etc. e nada concreto para elucidar minhas indagações.
Quando comecei a relacionar os fenômenos atmosféricos com as outras frentes da atividade humana, alguma revelação apareceu. Por exemplo, no futebol estamos vivenciando algo parecido, ou a seleção jogando o que está jogando não nos proporciona uma instabilidade incrível? A bola pode entrar e não entra. Os Ronaldinhos vão jogar ou não. Até a Cicarelli está grávida ou não está.
No mundo político também estamos assim. Quem vai prever o próximo round da luta entre o governo e o indecifrável Severino? Bem, aí a instabilidade vira choque térmico, trazendo a tona clareza meridiana sobre tudo. Nós estamos vivendo o tempo das incertezas. Não são fatores exteriores que têm gerado tudo isso. Mas a nossa alma está definitivamente sem clima. O que fazer? Sei lá… Vamos tentar uma terapia. Pôr a Nação no divã, talvez. Ou quem sabe o SUS abrir uma verba para todos nós trocarmos de pai-de-santo, porque assim não tem clima.