Herótica estréia no Avenida

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A relação mulher-homem sempre rendeu bons enredos. O comportamento masculino, então, nem se fala! E ainda dizem que as mulheres é que são difíceis de entender. Brincadeira à parte, vale a pena assistir “Herótica – Cartilha Feminina Para Homens Machos”, escrita e dirigida por Darson Ribeiro, em cartaz no Avenida Club desde 7 de junho. Muitos acham que é brincadeira, mas a promoção que deu o que falar na temporada anterior continua: “macho paga meia”!
No enredo, as comediantes Iná de Carvalho, Márcia Manfredini e, agora, Sheila Mello interpretam uma mesma mulher em três faixas etárias distintas: 30, 40 e 50 anos. Desiludidas com o comportamento masculino, elas resolvem apresentar ao vivo e de forma lúdica e bem humorada uma cartilha feminina, utilizando jogos sensuais e músicas. Tudo tem o tempero caliente de histórias verídicas e cômicas com o propósito único de atingir o alvo principal: o homem.
O autor e diretor, Darson Ribeiro também integra o elenco. “Quando dirigi 8 Mulheres, convivi por muito tempo com mulheres de diversas idades (entre elas Ruth de Souza e Mirian Pires) e diariamente por seis meses ouvia seus lamentos: da meia-calça desfiada às crises do casamento, ou a falta dele. Assim, resolvi me embrenhar em pesquisas até chegar em Herótica. As mulheres vivem dizendo que falta homem. Pensei que isso daria uma peça. As crises são resumidas na falta de erotismo, de sensibilidade, educação e o sexo”. Darson interpreta o homem que passa a maior parte do tempo sentado na platéia, como uma espécie de coro grego, mas perde as estribeiras ao perceber que o comportamento masculino está sendo “colocado em xeque”. Depois de muita aula no estilo cômico dos mais sutis e elegantes, as três mulheres invertem a situação e tornam-se espectadoras dele, que reaparece no palco como um palestrante de sexologia. A guerra toma corpo, culminando no que toda mulher sonha: o casamento.
“O público reage a cada fala, a cada intenção. A gente percebe que alguém ali já passou por alguma daquelas experiências. A reação do público é sempre positiva. Elas cutucam os maridos, dão risada”, diz Márcia. As atrizes se divertem: “Para mim é muito interessante porque quando a Sheila fala eu me vejo naquela idade. Um certo romantismo, a esperança que existia, e que com 54 anos não tem mais. É muito bom para você refletir sobre tudo o que passou e ver quanta verdade que há nisso”.
A mais nova integrante do elenco, Sheila Mello, já havia assistido a peça antes de ser convidada para atuar, e acrescenta: “A mulher que eu faço seria um pouco mais nova. Tem coisas desta mulher de 30 que já passei. Mas essa coisa do romantismo, de casar e de ter um filho é totalmente o momento que eu vivo”.
“Herótica” – escrita propositadamente com H para enfatizar e, ao mesmo tempo, falar da importância do homem – traz ainda citações bem humoradas e referências a figuras públicas que vão de Jô Soares ao imperador francês Napoleão Bonaparte.
Este é o primeiro texto do produtor, cenógrafo, diretor e ator que já adaptou para o teatro “As Mentiras Que Os Homens Contam”, de Verissimo, sucesso por quatro anos, que dirigiu sob adaptação de Marcelo Rubens Paiva, entre outros textos.

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