Kátia Gomes
A 1ª Companhia do 23º Batalhão, com sede no Parque Villa Lobos, há um ano e meio iniciou o patrulhamento comunitário com bicicletas na região de Pinheiros. O serviço foi reforçado com a doação de mais duas bicicletas, orçadas em 1.300 reais cada, feitas por alguns comerciantes da Vila Madalena, Vila Beatriz e Alto de Pinheiros, em meados de 2003. Hoje, eles e a comunidade sentem falta deste serviço.
De acordo com o sargento Eduardo Edimil da Silva, responsável pelo patrulhamento, a iniciativa surtiu efeito. “Além da fácil locomoção e do contato direto entre o policial e a comunidade, na Vila Beatriz e no Parque Villa Lobos o número de ocorrências diminuiu significativamente após a intensificação do policiamento”. Ele conta que diariamente, das 7 às 16h, são percorridas as regiões onde existem grande concentração de usuários de drogas, roubos e furtos como é caso da Praça das Corujas, avenida Faria Lima, Largo da Batata, avenida Rebouças, avenida Henrique Schaumann e Parque Villa Lobos. “Na Vila Madalena circulam apenas veículos motorizados. São sete viaturas operando em sistema de escala, de um total de 23. No bairro, as bicicletas têm certas restrições, como ladeiras e intempéries. Quando chove saímos à pé”, diz Silva, justificando a falta de policiamento em algumas situações.
Os problemas não terminam por aí. A corporação vem sofrendo com a falta de recursos financeiros para a manutenção das bicicletas e acessórios. “Cada vez que precisamos trocar pneus, correias e outros itens, gasta-se em média 2 mil reais. Além disso, falta rádio de comunicação entre as duplas, dificultando o patrulhamento”, lamenta Silva, que se comunica com seus companheiros através de telefones celulares.
Das 21 bicicletas da Companhia, apenas oito estão em condições de uso. A situação se agrava ainda mais pela falta de pessoal. Hoje são apenas quatro policiais que se revezam em duas equipes. “A 1ª Companhia teve uma grande baixa de efetivos, remanejados para outros batalhões. Faltam cerca de 20 policiais na nossa equipe”, explica a major Creuza Marcondes da Silva Parra. “Uma das prioridades do capitão Ezequiel Morato é retornar o pelotão de bicicletas com no mínimo oito efetivos”.