“Carnaval de Rua veio para ficar”

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Foto: Divulgação

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Rogerio Oliveira, do Pipoca

O Carnaval de São Paulo virou negócio para profissionais. O coletivo Pipoca é o responsável por alguns dos maiores blocos que arrastam multidões pela cidade.

O coletivo tem sua sede em plena Vila Madalena, que segundo Rogerio Oliveira, foi o bairro escolhido por questões estratégicas. Eles dividem o espaço do imóvel com outras duas empresas.

Segundo a prefeitura de São Paulo, 550 blocos desfilam pela cidade neste ano. O número crescente de blocos carnavalescos na cidade nos últimos anos, segundo Rogerio “deve crescer menos nos próximos anos”. Para ele a criação de um bloco de carnaval deve levar em conta a “história dos integrantes com seu bairro, de forma espontânea”.

O coletivo Pipoca (Divulgação)
O coletivo Pipoca (Divulgação)

O Pipoca organiza o desfile de megablocos como o Monobloco, Orquestra Voadora, Bloco Acadêmicos do Baixo Augusta, em parceria com o empresário Alê Youssef, Bicho Maluco Beleza, comandado por Alceu Valença, a carioca Orquestra Voadora que vai desfilar no dia 18, a partir das 14h na Praça da República, animando o público com as tradicionais marchinhas ao samba, rock’n’roll e pop.

Bloco Bicho Maluco Beleza, de Alceu Valença (Divulgação)
Bloco Bicho Maluco Beleza, de Alceu Valença (Divulgação)

Neste ano o Pipoca é o responsável pela estreia do bloco Frevo Mulher comandado pela cantora Elba Ramalho, que arrastou mais de 300 mil pessoas ao Parque do Ibirapuera. “Nossa previsão seria de 100 mil pessoas!”. E nos próximos dias 17 e 18 de fevereiro, sempre às 13h na Avenida 23 de Maio, o Bahiana System e seu Navio Pirata estreia no Carnaval paulistano.

Elba Ramalho fez sua estreia nesta ano em SP (Divulgação)
Elba Ramalho fez sua estreia nesta ano em SP (Divulgação)

Rogerio comenta que esses blocos que hoje são gigantescos começaram pequenos e aos poucos foram crescendo, de maneira espontânea. “O crescimento do Carnaval de São Paulo é um fenômeno que está dando certo e a cada ano, torna-se mais organizado e melhor!”.

A prefeitura estimava, antes dos desfiles de pré-Carnaval, que quatro milhões de foliões iriam atrás dos blocos. No primeiro final de semana de fevereiro este número foi superado. Para o fundador do Pipoca, “o Carnaval de Rua veio para ficar. É bom para a cidade, pela alegria. São Paulo é uma cidade que se leva muito a sério, trabalha demais e acorda cedo. É a oportunidade para que todos possam se sentir iguais. E não ter a obrigação de comprar abadás para poder participar da festa é um dos melhores diferenciais dos blocos carnavalescos paulistanos”, diz.

Monobloco arrasta multidões pelas ruas de SP (Divulgação)
Monobloco arrasta multidões pelas ruas de SP (Divulgação)

“A cada ano o desfile dos blocos paulistanos estão mais organizados. A prefeitura só precisa iniciar mais cedo os preparativos para a festa, para que as empresas possam captar recursos junto a iniciativa privada”, analisa Rogerio a participação do poder público na festa.

Para os integrantes do Pipoca, “é através da arte, que toca a essência humana, o caminho preciso para resgatar o que cada um de nós temos de melhor, transformando a experiência na rua em algo surpreendentemente libertador e em uma poderosa ferramenta de reeducação de valores e do que importa na vida.”

Sobre o assédio às mulheres com a frase “Não é Não!”, nos  desfiles dos blocos carnavalescos, Rogerio acha  “que tem sido respeitado pela maioria do público masculino. Lembro que esse problema não é exclusivo do Carnaval. Mas nesta época, esse e outras bandeiras, como a do combate à homofobia, estão presentes e de uma forma inteligente e mais leve”.

Embora com mais banheiros a cada ano, hábitos como o de fazer xixi na rua continua. Neste ano está sendo combatido pela prefeitura e os mijões flagrados pagarão multa de 500 reais, por infração. Para o fundador do Pipoca, “O número de banheiros está maior em 2018. Acho que esse hábito é mais cultural do que por falta de banheiros. Sempre digo que os foliões não podem fazer na rua o que não fazem em casa!”

Mas não é apenas de Carnaval que o Pipoca se dedica. O coletivo também tem programado para 2018 outros eventos na cidade. Em maio, acontece o Festival Ler com workshops, debates, lançamento de livros e outros eventos literários que acontecerão no Parque do Ibirapuera. Em junho, Alceu Valença retorna à cidade para a Festa de São João, que acontece desde 2016. E no mês de setembro, acontece o Lighting Festival (Festival de Luzes) que é inspirado em evento semelhante que acontece em Lyon, na França e promete colorir com luzes o centro da cidade.

www.pipoca.co

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