A arte marcial do caratê vai além das técnicas de socos e chutes. Ela também envolve uma filosofia que é aplicada na vida.
O mestre (sensei) Taketo Okuda veio do Japão para o Brasil para difundir o caratê a pedido do seu mestre, Masatoshi Nakayama. Aqui iniciou seu trabalho de busca de novos discípulos pelas ruas do bairro do Ipiranga, onde foi morar. Anos depois e com vários discípulos formados, abriu a Academia Butoku-kan na Rua Joaquim Antunes, onde está desde junho de 2015.
Para Okuda, “a filosofia do caratê é verdadeira e profunda. Caratê não é só vencer ou perder uma luta. Vista por este ângulo, a prática se torna fútil e vazia”. Por conta disso, a academia não participa de competições esportivas. “Aqui praticamos o caratê de uma forma mais profunda”, diz Daniel Flores, faixa preta 5º dan que há 20 anos pratica a arte marcial e é um dos professores da Butoku-kan.
A armadura de um samurai em uma urna de vidro nos remete à história do caratê, arte marcial que teve início no Japão. Membros de uma elite de guerreiros, os samurais defendiam os senhores feudais (daymio). Entre os séculos 12 e 14, tiveram um papel muito importante e ganharam prestígio no Japão. O treinamento militar desses homens se iniciava na infância e continuava por toda a vida. No século 19, os samurais foram perdendo sua influência e importância com o fim do feudalismo pela dinastia Meiji. Embora guerreiros, dominavam várias artes:, a caligrafia, a pintura, o origami (dobradura de papel), além de terem uma atenção especial com a vida espiritual, o zen-budismo.
Na Butoku-kan se pratica, além do caratê, o kyoken-jutsu, que busca conseguir o domínio do equilíbrio, e o taikyoku-ken, que busca unir o corpo ao universo como um só através da flexibilidade, beleza e contemplação.
Segundo Daniel, o caratê pode ser praticado a partir de sete anos, não importa o sexo e não há limites para iniciar. “Temos alunos com mais de 70 anos.” E afirma ele: “Muitos casais, pais e filhos praticam caratê na academia. Depois que iniciei o treinamento, trouxe uma irmã, minha mãe, que começou após os 50 anos, minha mulher e outros parentes e amigos para treinar”.
Entre seus alunos (ou discípulos) da academia, Daniel lembra que vários são executivos e utilizam os aprendizados do caratê na vida pessoal e profissional. “Vai além da defesa pessoal, que também todo carateca aprende”, diz.
O dojô (espaço onde acontecem os treinos) pode receber mais de 50 alunos treinando ao mesmo tempo. Os treinos acontecem de segunda a sexta em horários distintos e de acordo com o nível de cada aluno. Os sábados são reservados para o treinamento dos professores e outros faixas pretas.
Academia Butoku-kan
Rua Cunha Gago, 798, Pinheiros
Tel. 3085-1482