Todos estamos perplexos com esse acontecimento que só havia notícia há 600 anos. Portanto, não se tinha memória, e assim a hipótese era totalmente descartada. Mas Bento 16 deu um tombo na mídia e ocupou toda ela com sua renúncia. Foi de tal maneira que até aqui na Vila virou assunto em duas principais frentes. Uma discutia os tenebrosos motivos que o levaram a isso. Desde o rombo do Banco do Vaticano ao eminente assassinato pelas forças pouco ortodoxas da igreja. A outra discorria sobre a sucessão. Essa é do meu maior interesse e a posição do Pinero que ia desde análise econômica à crise europeia, até dramas psicológicos intransponíveis, não empolgou. Já Carlos Pelotas insistia na debilidade física do Santo Padre e na perspectiva de um novo papa ser brasileiro, sem descartar a possibilidade de vir um negro como Sumo Pontífice.
Pronto. Era o toque que faltava. Associamos o brasileiro e o negro, para deflagarmos uma campanha cheia de possibilidades. Ainda mais depois da notícia de que estamos exportando padres para a Europa. E esse, sim, é um produto com valor agregado. Não ferro em cascalho e soja em grão, como estamos fazendo. Faltava apenas um personagem. Houve quem falasse de Pelé, e lembraram de uma filha que ele não reconheceu. Lembraram também do Miguel, para em seguida cair a ficha. Era macumbeiro.Mas como tudo na vida é mais simples do que se imagina, a solução estava muito ao nosso alcance. Quem é que gosta de notoriedade? Quem está em todos os lugares ao mesmo tempo? Sim, e negro e da Vila Madalena? Pois é. Nosso candidato a papa é o Cardeal Mineiro. Já marquei, com minhas milhas, a passagem pra Santa Sé. Papa Minas Primeiro será seu nome, e secretário geral Carlos Pelotas, por direito. Faixas e panfletos abundantes…