Já na primeira vez que você conversa com Alessandra Araújo tem a sensação de que sua voz não é estranha. Mais um pouquinho de conversa e você percebe que já ouviu sua voz muitas vezes na televisão. É que Alessandra Araújo é dubladora e empresta a voz para muitos filmes, séries e propagandas.
Alessandra começou a frequentar a Álamo, estúdio de dublagem que fica na Vila Madalena, em 1988. Formada em locução, se tornou também atriz profissional para poder exercer a função de dubladora e chegou a se formar em jornalismo, mas não exerceu essa profissão por muito tempo.
“A dublagem é extensão do trabalho do ator, mas não é bico. Se você não está disponível, as pessoas gradativamente vão se esquecendo de você. A dublagem te absorve muito. Por isso o pessoal não entende porque são sempre as mesmas vozes”, diz.
Entre as atrizes que já dublou, muitas vezes estão Queen Latifah, Catherine Zeta Jones e Salma Hayek. “São atrizes meio calientes, porque minha voz é uma voz quente. Geralmente eu dublo negras, morenas, já dublei algumas loiras, mas o pessoal me pega mais por aí. Me chamam mais para fazer mulheres com ginga”, ela explica.
Na televisão, é possível ouvir sua voz na série Dr. House, que passa na Rede Record e no Universal Channel, como a Dra. Lisa Cuddy (Lisa Edelstein). Ou também em Ugly Betty, que volta a passar agora em janeiro no SBT e é reprisada no canal Sony, em que faz a Wilhelmina Slater (Vanessa Williams).
Nos filmes, Alessandra conta que estará no novo filme do Garfield, emprestando sua voz para a vilã da história. “Ela é toda sexy e ao mesmo tempo malvada. Me chamam muito para fazer vilãs nos filmes”.
Outra função que Alessandra exerce é a de direção de dublagem. “Fui olhando as pessoas fazendo e quando deu uma brecha, eu me candidatei. E acho que tem muito a ver com o estilo de pessoa que você é. Se você é aquela pessoa que tem um raciocínio rápido, está sempre informada com as coisas que estão acontecendo mundo afora”.
E ela adora se ouvir na televisão ou no cinema. “Você vai querer sempre se ouvir. A gente quase não assiste àquilo que a gente faz. Eu ainda tenho meu marido que fica copiando as coisas, então eu tenho um acervo grande. Eu adoro, falo “olha, sou eu quem está falando!”, ela diverte-se.