Inda mais|essa…

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José Luiz de França Penna, Presidente do Centro Cultural Vila Madalena

Nunca tive ligação importante com o dinheiro. A não ser quando chega a hora de fazer essa infinidade de pagamentos que enfrentamos todos os meses e não o temos. Mas confesso ser um observador atento. Já tive aqui neste espaço a oportunidade de falar sobre ele, e o quanto perdeu de opulência. Lembro que escrevi que o dinheiro tinha se transformado numa espécie de “libélula eletrônica”, para fazer exemplo dos tais ataques especulativos.
Quando era menino, dona Aurélia sentenciava: “dinheiro faz defunto rir”. Não sei se pela circunstância trágica da morte, mas na cabeça de criança a tradução foi que a grana estava acima de tudo, de todos e da vida. A revolta foi inevitável. Então vejo com grande interesse sua paulatina desmoralização. É claro que ele é a ponta de todo um projeto em vigor que pode ter uma designação genérica de “time is money”. Mas o PIB (Produto Interno Bruto) já não é o índice mais confiável para medir a satisfação de um povo. O superávit primário não determina tanto a segurança do desenvolvimento econômico. Enfim, há um desmanche de conceitos em marcha.
Interessante são as novas teorias que formulam um contraponto a tudo isso. Sou absolutamente favorável à troca de paradigmas. Mas não é possível que o povo brasileiro não tenha nenhuma colaboração a dar. Vi com grande alarde uma emissora de televisão anunciar que na região da Toscana (Itália) se descobrira a vida da nova era. O grande trunfo era fazer, comer, andar e amar, tudo muito devagar. Fico pensando se a Bahia não tem nada nesse estilo. Inda mais esta Caymmi…! E o FIB? Essa Felicidade Interna Bruta não tem vida no Brasil? Será que teremos que ir no longínquo país chamado Butão para sermos felizes? Repitam comigo: “INDA MAIS ESSA”.

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