Ao longo de 15 anos, o Museu da Pessoa coletou histórias de vida por meio de projetos e gravações em ocasiões específicas. Mas, desde 20 de junho, quando o Ponto de Cultura Museu da Pessoa abriu seu estúdio ao público, qualquer pessoa pode ter sua história eternizada. Afinal, no Museu da Pessoa, as peças mais valiosas do acervo não são pintadas a óleo, nem esculpidas em mármore, emolduradas ou expostas em galerias. Elas têm rosto, corpo, movimento, cor, cheiro, nome e endereço. E uma história de vida para contar.
Para registrar sua história, basta ir até lá. O Museu conta com um estúdio para gravação de onde a pessoa sai com um DVD prontinho. Trechos do relato são disponibilizados também no site www.museudapessoa.net. O visitante pode, ainda, fazer consultas ao acervo de histórias de vida registradas em áudio, vídeo ou no site, além de ter acesso a uma biblioteca com obras ligadas ao tema memória.
“A história de cada pessoa precisa ser valorizada”, diz a historiadora Karen Workman, diretora e idealizadora do Museu. E disseminar a metodologia de coleta, armazenamento e divulgação dessas histórias é outra preocupação do Museu da Pessoa. Para isso, o Ponto de Cultura promoverá encontros entre representantes de outros pontos de cultura e organizações parceiras de forma que possam atuar em projetos e ações de memória de suas comunidades. O primeiro destes encontros foi realizado no dia 29 de junho, quando Karen e equipe receberam representantes de entidades do bairro, como a ong Sou da Paz e o Projeto Aprendiz, de veículos de comunicação e da Subprefeitura de Pinheiros, para um café da manhã. Ubirajara de Oliveira, diretor do Guia da Vila Madalena, também participou do encontro.
Projetos
O Ponto de Cultura Museu da Pessoa faz parte de uma rede de cerca de 600 pontos de cultura em todo o Brasil, principal ação do Programa Cultura Viva, do Ministério da Cultura, que tem por objetivo fomentar novas capacidades a projetos e instalações já existentes. O Museu da Pessoa é um desses lugares onde se faz e se disse mina cultura.
O Museu da Pessoa desenvolveu uma metodologia diferenciada de coleta e sistematização de depoimentos. Nesses 15 anos, realizou 98 projetos na área de Memória Institucional e 17 projetos na área de Formação. Possui hoje um acervo com cerca de 6 mil depoimentos gravados e mais de 5 mil fotos e documentos digitalizados.
Um dos projetos é a Expedição do Redescobrimento, que faz parte do Brasil Memória em Rede. O objetivo é proporcionar o encontro e a troca de experiências entre iniciativas de todo o País que utilizam a memória em sua atuação com comunidades e grupos sociais, por meio de encontros, círculos de histórias e sistematização de metodologias. A expedição está aberta à participação de representantes dos diferentes segmentos da sociedade e à organizações que queiram coordenar um pólo regional (Mais informações no www.brasilmemoriaemrede. org.br).
O Museu da Pessoa é uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público com representantes em Portugal, EUA e Canadá. Essa rede internacional de histórias de vida tem como visão um mundo mais justo e democrático baseado na história de pessoas de todos os segmentos da sociedade.Conta com apoio, entre outras instituições, da Fundação Banco do Brasil, Fundação Avina, Ashoka Empreendedores Sociais, Votorantim, Avon e Petrobrás.