A “Videoteca Corpo Rastreado” é uma iniciativa da Associação Corpo Rastreado, organização sem fins lucrativos, que tem como missão disponibilizar o conhecimento de dança para o maior número de pessoas em um espaço acessível ao público. Além disso, pretende sensibilizar para a importância da memória.
Gabriela Gonçalves, bailarina e coordenadora do projeto ao lado da também bailarina, Nirvana Marinho, lembra que durante os anos em que estudou dança sentia falta de um meio em que pudesse assimilar os conceitos teóricos de uma forma mais prática. Segundo a bailarina, formada pela Unicamp e PUC-SP, faltam materiais de estudo sobre a dança no País.
Entendendo a dificuldade de rastrear a dança ao longo do tempo, surgiu a idéia de criar um acervo para preservar a memória da mesma e gerar uma troca efetiva de conhecimento para profissionais de pesquisa, ensino e criação, compondo um cenário da produção nacional e internacional.
Para compor este cenário, os artistas interessados doam suas imagens para a videoteca que irá organizar e digitalizar o material. O coreógrafo ou dançarino assina um termo de concessão, onde discrimina o tipo de uso que poderá ser feito da sua imagem. A Associação Corpo Rastreado poderá ainda organizar curadoria e eventos, procurando assim incentivar a prática do estudo em vídeo.
Gabriela conta que até o momento foram coletados 400 títulos. A meta é reunir a maior quantidade possível de trabalhos em vídeo. Posteriormente, pretende-se distribuir os vídeos de trabalhos brasileiros também para os outros centros de pesquisa e ensino na Europa, América Latina e Estados Unidos. A videoteca deverá entrar em funcionamento no segundo semestre deste ano com sede ainda indefinida. No entanto, os artistas podem deixar seu material para o acervo no Estúdio Move. Não há critério para seleção. “Não pretendemos gerar nenhuma forma de preconceito em relação à dança. Acreditamos que todo material produzido hoje pode ser divulgado e perdurar, tornando-se fonte de pesquisa e conhecimento”, finaliza.
