Escrevo sob o impacto da vinda ao Brasil de Juan Carlos, marido da candidata a presidente na Colômbia e ex-senadora, Ingrid Betancourt, seqüestrada há mais de seis anos pelos guerrilheiros da Frente Armada Revolucionária (FARC), com tantos requintes de crueldade, que me fizeram repensar os valores humanos no meio desse cipoal que é a luta pelo poder.
O que justifica os abusos sexuais a que foi submetida, o possível enlouquecimento da sua secretária, Clara Rojas, tendo inclusive feito um parto em condições absolutamente adversas, com o comprometimento da criança. Não sei até agora em nome de que, ou de quem, se cometem tais absurdos. Mas o que eu sei, é que a guerrilha se perdeu na economia das drogas, Fernando Beira-Mar foi preso entre eles, e no terrorismo mais inconseqüente.
Tudo isso ganha dimensões preocupantes quando olhamos o nosso continente latino-americano entrando numa corrida armamentista, justo num espaço mais pacífico da terra, conquistado com engenharia política e obstinação. Não é fácil vermos a Venezuela de Chaves estocando armas. O Brasil procurando acompanhar. Uma rediscussão acalorada sobre as fronteiras surge a qualquer pretexto, aqui e ali.
Como se não bastasse, vemos a violência urbana disseminar o medo e a insegurança. Então está no momento dos pacifistas saírem às ruas. A questão da paz ganha caráter de urgência e prioridade. A beligerância desintegra a democracia e facilita a vida do autoritarismo bestial. Libertem Ingrid já.
P.S. Como ir à Olimpíada de Pequim com o massacre do Tibete?