Quero confessar que alguns paradigmas da sociedade moderna e meus, nem sempre foram tão meus assim. Na minha juventude, e eu fui um jovem que achava que sabia tudo, tinha uma posição bastante cautelosa com tudo o que era consenso. Da existência de Deus ao poder das vitaminas. Assim passava o tempo todo buscando novos entendimentos. Reinventando a roda, como é comum se dizer.
O certo é que quando entrou na minha agenda a política, e foi muito cedo devido às circunstâncias familiares, todos muito politizados, e depois as lutas estudantis contra a ditadura, apareceu o tema da liberdade como remédio para todos os males. O mundo da época tinha concepções muito autoritárias, e todos, a direita, esquerda e o rock, eram defensores fervorosos da liberdade. Tudo conspirou para que achasse uma tremenda demagogia essa tal de liberdade. Soava falso querer linkar o estado liberal burguês ou a ditadura do proletariado com esse sentimento.
Mas hoje, às luzes do terceiro milênio, nunca ficou tão evidente a necessidade de lutarmos contra todas as formas de intolerância que se aguçaram. Desde a ideológica à religiosa. A racial, a sexual e a muito séria que é a social. Imediatamente aparece também a falta de privacidade individual. Essas escutas telefônicas indiscriminadas. Tudo nos leva para o embate pela liberdade.
Quando vemos o Tibet, as questões indígenas em Roraima, o mundo árabe, a Colômbia com seus seqüestrados, a África, só um grito poderoso nos conduzirá a bom termo. E na Feira da Vila, juntos gritaremos: ARRIBA LIBERTAD.