Já tem um bom tempo que lemos e ouvimos sobre a participação da mulher no mercado de trabalho. Sem entrarmos em números, em São Paulo é comum saber de mulheres em altos cargos, executivas. O número de trabalhadoras é impressionante. E se acrescentarmos a isso as que trabalham como autônomas, veremos que uma boa parcela do dinheiro é ganhado por elas.
Essa constatação pôde ser feita de maneira surpreendente pelo arquiteto Airton Campbell, da Campbell e Feltrini Arquitetos. Ele e o sócio construíram um prédio moderno, bem clean, para pessoas jovens, não especificamente para mulheres, com apartamentos de 40m2 de área útil e piscina, sauna, fitness, espaço gourmet, entre outras coisas. “Não pensamos em nada específico porque é bobagem direcionar só para um tipo de público”, diz ele.
Lançado há três meses, as vendas surpreenderam até o corretor de imóveis, Luiz Eduardo Marcondes: “Para nossa surpresa, a procura tem sido por mulheres, perto de 80%”, confirma. Corretor há 40 anos, Marcondes nunca viu nada igual.
De um modo geral, as mulheres estão casando mais tarde e tendo filhos mais tarde ainda, perto dos 40 anos. Até lá, dá tempo de investir num bom imóvel. E quem são elas? Segundo Airton, “são estudantes para as quais o pai está comprando apartamento, jovens solteiras ou separadas. Elas optam por morar sozinhas”. Dos muitos apartamentos vendidos, só 30% são para homens. “Um deles foi a mãe, bem-sucedida, que comprou para o filho. Outros são para homens recém-separados, que moravam por aqui e querem continuar perto dos filhos”, diz o arquiteto.
Interessante notar que o bairro é bem valorizado e esse é o único um dormitório da região. Além disso, perto do metrô, da Paulista, da Faria Lima e onde moram vários intelectuais e gente bem-sucedida. O sucesso do empreendimento mostra o quanto as mulheres estão independentes e tendo sucesso no trabalho. “Tem que ter uma renda alta se precisar de financiamento”, diz Marcondes.