Estive esses dias, por conta do Global Greens, com o senador colombiano Luis Eladio, uma personalidade encantadora e vítima de um seqüestro de sete anos, junto com Ingrid Betancour, nas selvas da Colômbia.
Do circo dos horrores, todos sabemos. Viver amarrado de corrente pelo pescoço por anos. Caminhando na floresta amazônica com os pés descalços até a perda total das unhas devido aos fungos e micoses adquiridas. A falta de notícias dos filhos e familiares. E a morte todo tempo em seu horizonte.
No contato diário com seus seqüestradores, sentia a força do preconceito social na pele. Gerando agressões físicas e psicológicas de todo tipo. Justo ele, sendo um fino e competente parlamentar. É isso que torna mais revoltante a situação. Se fosse um combate entre forças militares, teria algum sentido, mas contra civis é inaceitável.
E aí, depois de solto qual foi a sensação? É a pergunta que não quer calar. Sete anos de cativeiro é uma interrupção bastante grande. Ele, com toda calma, disse que achou o mundo melhor. Que as pessoas lhe parecem mais felizes, porém seu espanto maior foi com o avanço tecnológico. Ver o celular com câmara fotográfica, filmes em DVD, e os rumos da Internet, causaram um choque. Em nome de quem fazem tais barbaridades? Repito: senador Luis Eladio, a Colômbia e o mundo saberão lhe retribuir a dignidade que você merece e a paz que todos merecemos.