A moda está sempre em transformação, porém, a grande aliada para estarmos de bem com o guarda-roupa nada mais é do que nossa própria imagem refletida no espelho. Se estamos bem com esta imagem, podemos fazer milagres no visual.
Para compor uma boa produção é preciso uma grande dose de bom senso. Além de estar vestida de acordo com a ocasião, é importante se sentir bem e em harmonia com o seu físico.
A indústria da moda induz as pessoas a desejarem um corpo magérrimo, como a maioria das modelos, mas essa não é a realidade. Muitas mulheres estão acima do peso ideal, mas nem por isso se adaptam às coleções atrasadas e de mau gosto que algumas lojas insistem em impôr para este público.
“Foi-se o tempo em que as mulheres gordinhas usavam sutiãs desajeitados de cores neutras ou camisolas com ‘cara de vó’”, diz Cássia Bufolin, proprietária da Rechonchée, loja de lingeries especiais que vão do tamanho 46 ao 54. Ela lembra que quando ainda trabalhava no mercado financeiro tinha muita dificuldade para encontrar roupas e lingeries de qualidade dentro de sua numeração. “Em princípio cogitei abrir uma confecção, mas fui descobrindo alguns fabricantes que aliavam tamanho e qualidade, então, resolvi abrir uma loja para atender esse mercado que está em ascensão, mas continua carente”.
Na sua loja a cliente encontra peças em tamanho grande com diversas opções de cores, estilos, alças, lacinhos, com tecnologia e tecidos que não sacrificam o conforto, enfim, coisas que antes eram oferecidas apenas nas numerações padrão . A idéia é oferecer às mulheres maiores o mesmo estilo moderno das peças oferecidas às mulheres menores.
As camisolas, pijamas, shortsdolls, hobbys e até a linha praia seguem estilos variados que agradam desde a adolescente às senhoras. “Minha clientela é formada desde jovens que estão montando o enxoval até avós de família. O que todas têm em comum é o fato de se assumirem ‘rechonchée’ e não serem menos femininas por conta disso”.
Muito pelo contrário. Além das peças notadamente de qualidade, a cliente desavisada pode se surpreender com o cantinho especial da loja que Cássia reservou para o sex shop. Porém, a maioria gosta da idéia e acaba sempre levando algum apetrecho para casa. “Estar em uma loja para mulheres e ser atendida por mulheres não as intimida e facilita a aceitação destes produtos, que, na verdade, são a reafirmação de que elas são gostosas e podem ser desejadas como qualquer outra mulher”.