O criador do carnaval da Pérola Negra

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Fábio Borges, o carnavalesco da escola criou um enredo que junta a dança e o bairro no desfile que vai abrir a noite da sexta-feira, dia 5 de fevereiro, e “vai sacudir os esqueletos”.

Goiano com vários anos de Rio de Janeiro, Fábio Borges, artista plástico e designer de joias, se considera um “goianoca”. Sua história com o samba teve início em 1989 quando teve vencedor um enredo para a Império Serrano. Depois passou por outras escolas de samba, como a Leão de Nova Iguaçu e Salgueiro, até chegar na Estação Primeira de Mangueira com o enredo “Deu a Louca no Barroco”.

Chegou a São Paulo em 2000 para fazer o carnaval da Peruche. E criou e comandou desfiles para Rosas de Ouro, Tucuruvi, Vila Maria e, depois de alguns anos de “férias”, voltou em 2014 a convite da Pérola Negra. No ano passado, com o enredo “Pérolas”, a escola conseguiu retornar ao Grupo Especial e desfila em 2016 com o enredo “Do Canindé ao Samba no Pé, a Vila Madalena nos passos do balé”.

perola negra13-GV-JANO carnavalesco diz que o “samba faz parte da minha vida, embora tenha saído e voltado umas quatro vezes”. Ele comanda, no barracão da Pérola Negra que fica nos baixos do Viaduto Moffarrej, na Vila Leopoldina, uma equipe com mais de 50 pessoas, “além do pessoal externo que trabalha para a escola”. Entre o aparente caos e o barulho do trânsito, os carros alegóricos estão sendo finalizados e as fantasias produzidas.

“Este ano, a Pérola vai desfilar muito colorida e como a dança é o enredo, as fantasias serão leves, mas no conjunto ficarão muito bonitas, com certeza”, garante ele.

Experiente em carnavais do Rio e de São Paulo, vê semelhanças em matéria de qualidade de fantasias e “São Paulo não deve nada ao Rio, que tem mais estrutura e recursos”. A diferença, segundo ele, fica pelo envolvimento do morador com o carnaval. “No Rio, assim que os sambas-enredos são gravados, é fácil você escutá-los pelas ruas e o carioca vai durante o ano todo aos ensaios das escolas. Aqui, além dos integrantes mais fiéis, o paulistano só vai aos ensaios nas semanas próximas aos desfiles. É uma pena. A escola de samba é um patrimônio cultural e merece ser conhecido, além de ser um local familiar e de lazer.”

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Dinho (esq) presidente e integrantes da diretoria no barracão da Pérola Negra.

O apoio que recebe da diretoria do Pérola Negra, com a presidência do Dinho, “me dá liberdade e suporte para desenvolver o trabalho”. Também com o apoio dos integrantes da escola, adianta que “o desfile da Pérola terá muita alegria e envolvimento dos integrantes”.

Ele não revela as surpresas que a Pérola vai apresentar no desfile de 2016. “Sei que será um belo desfile e teremos o dançarino Carlinhos de Jesus no carro da gafieira e a Cia. Cisne Negro, da Vila Madalena, no carro do balé, entre outros convidados”, diz.

Depois que ficou sem um endereço fixo, a Pérola Negra faz seus ensaios, aos domingos, no bairro do Rio Pequeno e a bateria do Mestre Nê ensaia nas noites de quinta no Beco da Rua Belmiro Braga (Beco do Aprendiz). É só aparecer e balançar o esqueleto!

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