Tomie, ano 100

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Tomie, ano 100

Esta nova exposição apresenta para o público 60 trabalhos, a maioria pinturas de Tomie Othake, e começou em 22 de novembro (um dia depois de completar 100 anos) e segue aberta à visitação até 2 de fevereiro de 2014, com entrada franca. A mostra tem a curadoria de Paulo Herkenhoff, profundo estudioso do trabalho da artista, que aborda o racionalismo da construção geométrica, uma das mais importantes características da obra da artista japonesa radicada no Brasil há décadas.

“Ao contrário do racionalismo da geometria ocidental, Tomie Othake experimenta incessantemente a imprecisão”, afirma Paulo Herkenhoff, que é diretor cultural do recém-inaugurado MAR – Museu de Arte do Rio de Janeiro, que recebe, este mês, a exposição Pinturas Cegas, que foi realizada no ano passado no Instituto Tomie Othake, em Pinheiros.

As telas que Tomie expõe nesta mostra comemorativa resultam num expressivo conjunto que traz variações formais, com retângulos, sombras, arquiteturas, elipses, círculos, sobreposições que formam seu universo plástico. Para Herkenhoff, a vontade geométrica da artista não se reduz a uma lógica única e está dispersa entre experiências singulares. “Certa pintura de Tomie Othake representa a adesão à dita geometria sensível da América Latina e em outros casos está a geometria imprecisa e uma geometria cósmica”, afirma o curador.Tomie Othake – Gesto e Razão Geométrica é a principal mostra que é feita em homenagem ao centenário da artista. A fim de justificar sua importância no cenário das artes plásticas, para Herkenhoff, “a pintora contribuiu para a formulação da geometria transcultural do Brasil, que envolve sua relação com algumas imagens estéticas que envolvem valores espirituais, como o ‘enso’, o círculo imperfeito do zen budismo, e a relação da forma como a sombra, um valor da cultura japonesa tradicional”, afirma.

Inaugurado em 2001, o centro cultural ocupa uma área de 7.500 m2 e tem como proposta apresentar as novas tendências da arte nacional e internacional, além daquelas que são referências nos últimos 50 anos, coincidindo com o período de trabalho da artista plástica que dá nome ao espaço, Tomie Othake. 

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