Na cadência do samba

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Na cadência do samba

Cantor e compositor da velha guarda paulistana revela sua grande paixão pela Vila Madalena.
Autor de seis sambas-enredo da Escola de Samba Pérola Negra, João Borba tem uma história de amor antigo com a Vila Madalena. Ele conta que nasceu bem próximo ao bairro, mais exatamente em Pinheiros, e que durante toda a sua infância fez inúmeros amigos pelas redondezas. “Era gente que se reunia para jogar bola e que sempre acabava batucando alguma canção na beira do campo”, revela o músico.
Borba cresceu, mudou de casa, mas continuou bastante ligado à Vila, aos seus amigos e à música. Aos 17 anos, sua profissão atual começou a se delinear. “Fui convidado para tocar surdo num baile de carnaval no centro da cidade de São Paulo e, naquele dia, o cantor da banda não apareceu. No desespero, fui convocado para assumir seu lugar e, desde então, comecei a soltar a voz e a compor”, narra.
Em 1975, veio o convite de Agnaldo Souza para fazer um de seus primeiros sambas-enredo para a Pérola Negra. A música recebeu o nome de “Portinari – Pintor de um Povo” e, com ela, Borba e a escola ganharam o primeiro lugar no desfile de carnaval. Outro grande sucesso do artista foi a “Sonho de uma Época”, que Borba compôs em parceria com o Pasquale, autor do hino da escola.
De lá para cá, o músico seguiu cantando e emocionando plateias lotadas, dentro e fora do país. “Já cantei por diversas vezes em Paris e Madri”, revela.
Hoje, com 55 anos de carreira, João mostra que está no auge e que não pretende parar tão cedo. Ele continua com shows na Vila Madalena, se apresentando em sábados alternados no Bar Samba e aos domingos no Ó do Borogodó, e acaba de produzir seu primeiro CD autoral, o “Eu comigo e meus amigos”. A obra, que reúne 13 de suas músicas mais representativas em parceria com 40 “músicos amigos”, entre os quais o aclamado Luizinho 7 Cordas, traz ainda um conceito inédito ao público: a audiofilia, introduzida pelo produtor musical Euclides Marques e que prima pela autenticidade com menor interferência tecnológica possível. “Ainda não lançamos o CD, mas já posso adiantar que isso acontecerá em breve”, diz Borba.
Perguntado sobre sua música preferida, o sambista da velha guarda responde que ela não é de sua autoria, mas que pode perfeitamente ser a trilha sonora de sua vida: “É a ‘Sol Nascente’, do Cartola”, finaliza, cantarolando a letra.

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