Ainda a paz

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São tantas as emoções, como diria qualquer observador, que desanima a mais firme luta pela harmonia e paz. Não tenho a sensação de recuo das posições otimistas que sempre defendi, mas essa violência disseminada nas grandes cidades, essa galhofa como estão sendo tratadas as eleições deste ano (ficha limpa ou suja, tiriricas, mulher pera e etc.), e a recente ameaça de volta da censura sobre os artistas, obedecendo ao bafo atrasado que atinge a América Latina, confunde o horizonte da gente. Não fosse o centenário do Coringão, até a tradicional alegria que nos rege gostosamente, estaria difícil de se identificar. Perdoem os bambis e porcões, mas centenário transcende a rivalidade e unifica todos os desportistas. Espero…
Recentemente fui visitado por um grupo que nos trouxe o livro sagrado da cabala, o Zohar, para deixá-lo em um lugar visível na Câmara Municipal. O assunto é a paz e a prosperidade sempre. Outros amigos me falam da força da ioga, também com os mesmos propósitos e mais o corpo. E assim várias correntes e até religiões se ocupam cotidianamente deste tema, sem esquecer, é claro, da sua Santidade Dalai Lama. Porém o tempo definitivamente exige muito mais. É como se algo crescesse a nossa frente de forma intransponível. Uma poderosa montanha feita de burrice e desmantelo.
Tenho falado com muita gente sobre essa sensação e a reação tem sido preocupante. Uns reagem com uma explícita cautela sobre meu estado psíquico. Outros, graças a Deus majoritários, repartem comigo solidariamente a preocupação. É um bom sinal. E ainda tem aquele que acha que tudo foi sempre assim, “ao ver triunfar as nulidades” de Rui Barbosa, como uma máxima definitiva. – o bestial sempre vence.
O que interessa é deflagrarmos o bom combate imediatamente. Não apenas a meditação e os bons conselhos que são de muita utilidade nessa hora, mas a alegria de guerrearmos pela paz. É isso. Viva aos guerreiros da paz!

José Luiz de França Penna
Presidente do
Centro Cultural Vila Madalena

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