Espaço para as artes

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A Galeria Pop, em Pinheiros, é bastante diferente. Lá funciona, além de um espaço de arte alternativa, uma livraria especializada em artes visuais, cultura pop e underground. Pioneira na apresentação do movimento Toy Art no Brasil, conta também com uma criteriosa seleção de designer toys e objetos de arte inspiradores. A proposta é estimular a classe criativa através das exposições, dos livros, objetos e eventos.
Roger Bassetto colocou toda sua experiência como diretor de arte, artista e aficionado por livros a serviço do público da Pop. “Foi um período em que eu estava deixando de trabalhar como diretor de arte para desenvolver uma carreira como artista. Fiquei uns três anos trabalhando no ateliê e pensando em como poderia tornar o meu trabalho de artista menos isolado e ao mesmo tempo mais lucrativo. Uma das coisas que gosto e que sei fazer é escolher livros. Pensei em juntar no mesmo espaço o meu ateliê, uma livraria especializada e uma galeria”, conta. Ele acrescenta que acabou virando também um curador de livros, já que escolhe o acervo da Pop como quem pensa no conceito de uma exposição.
Desde setembro de 2007 o espaço expositivo está sob responsabilidade da ROJO®Artspace de Barcelona. Além disso, artistas e interessados encontram na livraria a revista Rojo, especializada em arte, toda feita por colaboradores. “A revista não tem uma palavra escrita, ela é página após página com imagens. E ela tem umas edições de bolso individuais”, explica. Roger diz que a Rojo o procurou querendo abrir um espaço em São Paulo e que a idéia é exportar a Rojo para várias cidades do mundo; cidades que tenham uma identificação criativa, espaços com vocação alternativa. Já na Pop “a idéia é ter um calendário de exposições com o conceito de diversidade. Nunca quis me fechar numa técnica ou num tema. Ao contrário, quero ser bem democrático, o que acabou gerando um espaço alternativo. Muita gente que não tinha onde expor vem me procurar”.
Até 24 de novembro, quem for a Pop pode conferir a exposição do artista Bruno 9LI. Para dezembro, há mais novidades ainda: um café bar deverá ser aberto na livraria, o que complementa o espaço. “Uma cidade completa como São Paulo, de fato não é tão completa sim. Não existia nada desse gênero aqui, algo explicitamente voltado para as artes, com essas características. E as pessoas têm uma resposta muito legal. É um formato que se encontra muito fora do Brasil. Espaço expositivo compacto, com loja e com café. O que surpreende aqui é estar na contramão das tendências. E o que para mim não surpreende é as pessoas entenderem e se identificarem com isso. Não é todo mundo que gosta de shopping e megastore. Não é disso que a gente precisa. Eu converso com o artista, com quem vai expor e com quem está procurando um livro. Eu escolho o acervo da livraria como quem faz uma curadoria de exposição. Cada livro é artesanalmente escolhido e isso faz diferença”.

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