Cozinhando com o Sol

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O artista plástico Rodrigo Barbosa de Souza é um entusiasta na divulgação da tecnologia do forno solar. Seu interesse surgiu quando um amigo que estava desenvolvendo um trabalho com índios na Amazônia, pediu informações sobre uma tecnologia limpa e barata de fogão ou forno. Desde então, “e preocupado com o rumo das coisas em nosso planeta”, diz Rodrigo, ele se interessou pelo forno solar e passou a divulgar essa técnica. Entre os amigos e interessados promove almoços, alguns deles na Vila Madalena, onde ele cozinha utilizando o forno solar. “Mesmo em São Paulo, em um dia nublado, o forno solar funciona bem”, garante Rodrigo. “Leva mais tempo, mas sempre dá certo”, diz o artista plástico que que faz questão de utilizar o material mais simples.
O aquecimento do planeta e o desperdício das riquezas naturais são temas atuais que dominam as discussões dos cientistas como também do cidadão comum. Obter um melhor aproveitamento dos recursos naturais do planeta como o vento e a água na geração de energia é uma das preocupações do momento. E a energia que vem do Sol, estrela de quinta grandeza que é o centro do sistema planetário onde a Terra está situada, é fundamental em nossas vidas. Com a utilização de um forno solar, toda essa energia pode ser aproveitada de maneira mais inteligente e econômica para cozinhar alimentos, principalmente para regiões mais pobres e carentes.
A idéia não é nova. Segundo alguns registros, o grego Arquimedes teria projetado um sistema de metal polido utilizado na proteção de cidades portuária da Grécia. Vários soldados refletiriam a luz do sol nas velas dos navios inimigos que seriam incendiados. Não há comprovação da utilização desta arma, mas foi confirmado como possível pelos cientistas. A tocha olímpica que este ano estará em Pequim, na China, será acesa em Olímpia, na Grécia, com a utilização de uma parabólica solar.
A utilização da energia solar para servir para o cozimento solar tem crescido de maneira significativa em todo o planeta. Entre as latitudes 40 graus ao norte e ao sul da linha do Equador são as melhores regiões para o aproveitamento da energia solar. As melhores latitudes para o cozimento solar estão ao norte do Equador porque as regiões equatoriais, que em teoria seriam melhores, tendem a ter mais nuvens e com menor insolação.
O uso desta tecnologia barata e limpa ajuda o meio-ambiente com a economia de lenha e madeira e evita o consumo de combustível não-renovável. Famílias de baixa renda gastam atualmente boa parte da sua renda neste item. O tempo que essas mesmas famílias economizam, já que não precisam percorrer longas distâncias em busca de lenha, resultam em melhor qualidade de vida. No aspecto nutricional, muitas dietas foram alteradas: famílias que utilizam lenha, geralmente fazem apenas uma refeição por dia para economizar lenha e evitam alimentos nutritivos como o feijão, que requer um tempo maior de cozimento. Na saúde, doenças provenientes de água contaminada, que deveria ser fervida, e da fumaça dos fogões à lenha que atacam pulmões e olhos, poderiam ser eliminadas com a utilização de um forno solar.
Uma rápida pesquisa na Internet revela um grande número de sites dedicados ao tema, muitos com plantas e modelos de fogões solares mais e menos sofisticados. Basicamente é preciso ter uma panela preta (para absorver o calor), uma estrutura que pode ser conseguida com embalagens de longa vida ou papel alumínio, voltada em direção ao sol é a estrutura básica de um forno solar. Outros materiais como em aço, espelhos e parabólicas conseguem ter maior eficiência. Manter uma pequena distância entre a panela e o forno também é recomendável para conservar o calor assim como uma cúpula (de vidro, um pirex ou algo assim) sobre a panela com o alimento a ser cozido, acelera o preparo da comida e conserva o calor.

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