A guitarra de Demma K

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Irrequieto, curioso, inteligente, falante. Outros tantos adjetivos poderiam definir o guitarrista Demma K, um paulistano de 42 anos apaixonado pela Vila Madalena. Tudo começou lá pelos 13 anos, quando o estudante do Colégio Rio Branco descobriu o gênio da guitarra Jimi Hendrix e decidiu que seguiria seus passos. Comprou uma guitarra querendo tocar como o ídolo. Mas como os solos saíram mais desafinados do que ele desejava, o jeito foi buscar escolas, professores, conservatórios – tudo muito lento para o menino que já queria sair tocando como o mestre! O melhor a fazer, então, foi estudar, estudar e estudar. Desse modo ele foi conhecendo (e estudando) também outros instrumentos, como violão, violino, piano, e novas atividades foram surgindo, como composição, arranjo, improvisação, orquestração.
Sua primeira apresentação em público foi no extinto Lira Paulistana, em 1981, lugar que revelou muitos talentos musicais. Um misto de medo e excitação marcou essa passagem, que também mostrou a ele a importância de levar a sério seus estudos no instrumento. Depois se envolveu também com o movimento punk rock e participou do primeiro festival do estilo, no Sesc Pompéia, em 1982.
Na sua inquietação, em 1995, foi para Los Angeles, nos EUA, estudar numa das melhores escolas do mundo, o Guitar Institute of Tecnology em Hollywood, e voltou com os certificados Journeyman e Professional Guitar Program. E o estímulo aumentou quando ele ouviu de um dos professores que a música brasileira era uma das melhores do mundo!
De volta ao Brasil, ele começou a pensar no primeiro CD, que foi lançado em 2000: o instrumental “O Sonho dos Peixes”. Agora está saindo o segundo: “Entre Cores e Sons”, que traz a participação de músicos de renome internacional, como Swami Jr. (indicado ao Grammy) e outras feras nacionais. Mantendo seu estilo de ser original, Demma fez um CD “bem brasileiro e bem roqueiro”, ou seja, ele usa as raízes da música brasileira sem perder o jeito roqueiro de ser. Tem misturas deliciosas: techno-samba (“Grafitti Blue”), frevo-rock (“Frevendo no Pacaembu”), xote com reggae (“Olhares do Metrô”), bossa partido alto (“O Luar e a Varanda”).
Mas a veia artística do Demma não pára na guitarra – ela também se estende aos pincéis! Para fugir de um período depressivo, ele descobriu nas telas e nas tintas um novo jeito de extravasar seu potencial criativo. E aproveitando a música, cordas de guitarra, palhetas e partituras se transformaram em obras de arte misturadas às tintas. Essas telas já viraram presente pra muita gente, inclusive diretores executivos fora do país.
Sem perder o foco, Demma consegue fazer quadros inspirados em suas músicas e compor músicas inspiradas em suas telas.
Depois do primeiro CD, lançado no Bourbon Street, ele sentiu a oportunidade de produzir um evento onde “dividir era somar” – ao invés de se apresentar sozinho e ter um público pequeno, a idéia era juntar outros guitarristas e levar um número bem maior de pessoas para a platéia. Assim nasceu o projeto Guitarras Paulistanas, em 2002, que tem conseguido reunir grandes nomes da música, como Faiska e Cláudio Celso.
Demma ainda arruma tempo para produzir músicas para teatro – mais de 50 peças teatrais no currículo – e teatro infantil. Também dá aulas na Universidade Livre de Música e coordena a revista IZZO Magazine e o site Elixir Strings América Latina.
Atualmente, Demma leva seus quadros para serem apreciados junto com suas apresentações musicais, uma mistura que deve ser conferida.

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