A Copa é das mulheres

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É verdade…! Assistimos Zidane jogar mais uma vez contra nós. E jogar muito. Não há de ser nada, somos jovens e ainda temos recuperação. 2010 é logo ali e o astro francês já terá pendurado as chuteiras. No entanto, alguns preferem descobrir os vilões dessa derrota. “O Parreira é péssimo e os Ronaldinhos, um é gordo e o outro é do circo”, dizem os comentários. Outros politizados tentam esclarecer a importância da má campanha na virada do quadro na disputa presidencial. “O Lula é o grande derrotado”, vaticinam eles.
Quando o mais claro seria reconhecer que não jogamos nada, ficamos nessa chiação. Reconhecer que partimos da suposição de sermos os melhores do mundo e que os adversários é que teriam de se preocupar com a gente foi abrir caminho para o fracasso. Mas, de todo modo, não vi ninguém batendo um bolão. Nunca vi tanto lançamento pra nada. Chego a pensar que a Copa do Mundo é um espetáculo anti-futebolístico. Como num bar no fim de semana para os etílicos profissionais. Muito confuso e cheio de amadores. Mas por que então a Copa faz um sucesso tão grande? É porque a mídia fatura horrores! Tudo armação, dizem os muito apressados. Realmente há um apelo enorme, mas tem que haver uma base de interesse forte na sociedade mundial para acontecer o fenômeno.
Debruçado sobre isso cheguei à necessidade de identificar que contingente adere ao evento a cada quatro anos. Pra minha surpresa, inequivocamente descobri a adesão das mulheres. Sim. Na Copa as mulheres fazem a diferença. Não é à toa a quantidade de entrevistas das mães dos atletas, das namoradas, das professorinhas e até de infindáveis receitas das comidinhas caseiras que lhes agradam.
Relembro as platéias dos jogos quando assisti. Era composta de muitas representantes do sexo feminino. Tão diferente de quando assisto o meu Corinthians jogar. Segregado e causando tempestades matrimoniais. “Vou sair por aí enquanto você fica vendo esse bando de vagabundos correndo atrás de uma bola”, dizem elas. Mas na Copa não. Todas muito nervosas e tecendo comentários pouco usuais. “Olha as coxas do Roberto Carlos”. Ou, “por que o juiz não deixou dar o gol?”. “Porque estava impedido”, disse Igor impaciente. Portanto, a Copa é das mulheres. Não só a cozinha como queriam os atrasados machões.

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