Época de se prevenir

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Kátia Gomes

O final do inverno e o início da primavera trazem uma série de doenças próprias dessa época, que, embora sejam mais comuns na infância, podem aparecer também em adolescentes e adultos. A incidência de sarampo, caxumba, rubéola e varicela (catapora) aumenta entre os meses de setembro e dezembro. São doenças altamente contagiosas, mas que, graças às vacinas, podem ser facilmente prevenidas.
De acordo com a pediatra, Cleonir de Moraes Lui Beck, crianças pequenas, entre seis e nove meses de idade, filhos de mães que já tiveram essas doenças ou são imunizadas pela vacina, estão protegidas. Durante a gravidez, os anticorpos maternos são transmitidos ao filho pela placenta. Porém, esses anticorpos começam a diminuir a partir dos dez meses e a criança fica suscetível às doenças. Por essa razão, a partir de um ano de idade, o bebê deve receber uma dose da vacina “Tríplice Viral”, que protege contra o sarampo, a caxumba e a rubéola e está disponível na rede pública de saúde. “Entre quatro e seis anos de idade a criança deve receber uma segunda dose para se assegurar 100% de proteção. O governo não disponibiliza esta segunda dose. Deve-se aplicá-la em rede privada”, recomenda.
Com a implantação da vacina, medidas de prevenção e campanhas para vacinação em massa, houve uma redução significativa dessas doenças. No entanto, a vacina para a varicela ou catapora, não faz parte do calendário vacinal brasileiro. Cleonir explica que, de acordo com a Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, o motivo é seu alto preço: 120 reais, a dose.

Catapora

Geralmente benigna, a catapora é uma doença altamente contagiosa, transmitida de pessoa para pessoa pelo contato direto com as lesões ou secreções eliminadas pelas vias respiratórias (tosses, espirros, etc.) ou ainda durante a gestação, por via intra-uterina, no caso da mãe não estar imunizada. Os sintomas iniciais são febre, dores pelo corpo e mal-estar geral, seguidos de aparecimento de lesões na pele: “bolinhas” avermelhadas que formam bolhas e após, um ou dois dias, estouram e se transformam em feridas cobertas por crostas, que secam e caem, além de coçarem muito. Enquanto algumas lesões secam, outras estão surgindo pelo corpo. Podem aparecer de 250 a 500 lesões em uma pessoa.
Cleonir destaca que a pessoa pode estar infectada e apresentar os sintomas de sete a 21 dias após o contágio. “A transmissão ocorre mesmo antes do aparecimento das primeiras lesões até o momento em que a última bolha seque”.
Desta forma, quando a enfermidade já estiver instalada e diagnosticada, a criança deve ser afastada das atividades habituais e locais aglomerados, como a escola, e iniciar um acompanhamento médico, evitando usar medicamentos por conta própria e futuras complicações. Entre elas, segundo Cleonir, a mais comum é a infecção das feridas da pele por bactérias, que formam pus e podem acarretar problemas nos rins. A catapora também pode levar a complicações como pneumonia, meningite ou encefalite, muitas vezes, levando o portador à hospitalização. “A varicela não é uma doença tão simples como algumas pessoas pensam, e por ela ser muito comum em nosso meio, é importante preveni-la e consultar um pediatra se a criança apresentar febre, acompanhada de mal-estar e, principalmente, se houver alguma erupção na pele”, aconselha, reafirmando que a melhor forma de prevenção é com a aplicação da vacina a partir de um ano de idade.

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