A volta das mulatas

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Kátia Gomes

A apresentadora Sandrinha Sargentelli está em temporada no Ópera São Paulo com o espetáculo “Ritmo das Cores”, um tributo a seu tio Oswaldo Sargentelli, empresário carioca famoso pelos shows de mulatas, falecido em 2002. O musical, que conta com a direção de Tanah Corrêa, fica em cartaz até 24 de novembro, sempre às quartas-feiras, a partir das 23h.
A sobrinha e pupila do criador de termos como “Oba!Oba!”, “Telecoteco” e “Balacobaco”, é também idealizadora do espetáculo que conta com a participação de seis ritmistas, um cantor e sete bailarinas: “Todas de cinturinhas finas, coxinhas grossas, carinhas de safadas, boas dentaduras e cheirosas”, como Sargentelli costumava defini-las. “Em ‘Ritmo das Cores’ quis enaltecer a beleza da mulher, independente de sua raça. Por isso, temos bailarinas loiras, morenas e mulatas”, comenta Sandrinha, que ancora dez quadros atentos às manifestações do folclore nacional e ao samba de corpo e alma, com a tradicional contemplação da mulata, dando continuidade ao trabalho do “Velho Sargento”, que no Carnaval 2005 será tema da Império da Tijuca.
O espetáculo começa com um telão multimídia das imagens de Sandrinha junto ao tio para, em seguida, a apresentadora recitar um poema escrito para ela pelo próprio Sargentelli. O musical segue com as bailarinas dançando e sambando ao som de clássicos da MPB. Um dos pontos altos do espetáculo é durante “Mulata Assanhada”, de Ataulfo Alves, quando três bailarinas, caracterizadas de negas malucas, interagem com o público arrancando risos da platéia. Em “Brasileirinho”, clássico de Waldir Azevedo, Sandrinha chama os ritmistas, um a um, para uma apresentação solo de agogô, tamborim, cuíca, reco-reco, pandeiro, cavaco e surdo. O solo das bailarinas acontece ao som de “Carnaval do Lalá”. “Ritmo das Cores” encerra com Sandrinha, ritmistas e bailarinas convidando a platéia a dançar com o elenco. Confira e caia no samba!

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